O cinema de Cristi Puiu é como as ostras

Com Malmkrog, o autor da Morte do Sr. Lazarescu adapta um filósofo russo num vertiginoso salão intelectual nos finais do século XIX entre Resnais e Visconti, Proust e Dostoievski. Como as ostras, não é para todos os gostos — e pode trazer pérolas.

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Será que, se Cristi Puiu (Bucareste, 1967) tivesse mantido o título original do livro do filósofo russo Vladimir Solovyov (1853-1900) que adaptou para a sua quinta longa-metragem, tudo seria mais simples? Talvez não. “Temos tendência a pensar que o cinema é para toda a gente. E não é”, diz a um pequeno grupo de jornalistas que, num dos foyers do Berlinale Palast, se debatem com os segredos de Malmkrog. “E não estou a falar deste filme, estou a falar de todos os filmes. Dizemos que existem pontos em comum entre o cinema comercial e o cinema de autor. Mas existirão realmente? E é uma pergunta muito séria. Banalidades que já vimos duas mil vezes: vamos chamar-lhes terreno comum entre alguém como eu e alguém que vai para o cinema só para se entreter depois do trabalho? Isso seria doloroso.”

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