Covid-19 foi responsável por mais de 95% do acréscimo de mortes em Novembro

O INE sublinha que “uma das consequências mais dramáticas dos efeitos da pandemia covid-19 diz respeito ao aumento do número total de óbitos”.

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Anna Costa

Mais de 95% do acréscimo de mortes ocorridas em Portugal entre 2 a 29 de Novembro deveu-se a óbitos por covid-19, revelam dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que tiveram por base a média dos últimos cinco anos.

Nas últimas quatro semanas (2 a 29 de Novembro) registaram-se mais 2009 óbitos que a média, em período homólogo de 2015-2019, refere o INE, indicando que 1915 dessas mortes tiveram como causa a covid-19, representando 95,3% do acréscimo observado neste período.

Do total de óbitos desde 2 de Março a 29 de Novembro, 43.600 foram de homens e 44.192 de mulheres, mais 4742 e 6034 óbitos, respectivamente, que a média de óbitos no período homólogo de 2015-2019.

Mais de 70% dos óbitos foram de pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos. Comparativamente com a média de óbitos observada no período, morreram mais 9151 pessoas com 75 e mais anos, das quais mais 6834 com 85 e mais anos.

Do total de óbitos registados entre 2 de Março e 29 de Novembro, 52.741 ocorreram em hospitais e 35.051 fora do contexto hospitalar, a que correspondem aumentos de 4231 e 6545 óbitos, respectivamente, relativamente à média de óbitos em 2015-2019 em período idêntico.

Desde a data em que foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19 em Portugal (2 de Março) e 29 de Novembro, registaram-se 87.792 óbitos, mais 10.776 que a média nas semanas homólogas dos últimos cinco anos, 4505 das quais (41,8%) foram por covid-19, precisam os dados preliminares do INE.

O maior acréscimo registou-se na região Norte, com excepção da última semana de Junho, das primeiras de Julho, das últimas de Setembro e primeira de Outubro em que foi superior na Área Metropolitana de Lisboa.

Considerando a evolução comparativa da mortalidade em Portugal com os dois países geograficamente mais próximos, Espanha e França, o INE destaca “o aumento significativamente superior da sobremortalidade nas primeiras semanas da pandemia, especialmente em Espanha, relativamente ao observado em Portugal”.

Na última quinzena de Maio e durante o mês de Julho, a sobremortalidade em Portugal foi relativamente superior à observada nestes dois países, apesar de ser visível em Julho o início de uma trajectória de aumento continuado da mortalidade em Espanha, enquanto a França se mantém na média dos países europeus considerados.

Nas últimas quatro semanas a mortalidade aumentou em França, aproximando-se daquela na Espanha, afastando-se da média dos países europeus.

A informação sobre óbitos é obtida a partir dos dados do registo civil (assentos de óbito) apurados no âmbito do Sistema Integrado do Registo e Identificação Civil (SIRIC) e foi recolhida até 8 de Dezembro.

O INE sublinha que “uma das consequências mais dramáticas dos efeitos da pandemia covid-19 diz respeito ao aumento do número total de óbitos”.

“O número de óbitos covid-19 fornece apenas uma medida parcial desses efeitos. Uma medida mais abrangente do impacto na mortalidade pode ser fornecida pela diferença entre o número de óbitos, por todas as causas de morte, em 2020 e a média dos últimos cincos anos (2015-2019), não obstante outros efeitos sobre a mortalidade, como a gripe sazonal e os picos ou ondas de calor ou frio”, refere o INE.

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