Covid-19 em Portugal: há mais 5080 casos e 95 mortes — novo máximo diário

O país registou o dia mais mortal desde o início da pandemia, com 95 mortes em 24 horas. Em contrapartida, há menos 74 pessoas com covid-19 internadas nos hospitais e o número de pacientes em cuidados intensivos também diminuiu.

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Hospital de Santa Maria, Lisboa Rui Gaudêncio

Portugal registou um novo máximo diário de mortes por covid-19, com 95 óbitos e 5080 novos casos de infecção pelo novo coronavírus — o que corresponde a um aumento de 1,5%. O recorde anterior de óbitos foi registado a 16 de Novembro, data em que foram contabilizadas mais 91 vítimas mortais por covid-19. Este foi também o segundo dia com o maior número de novas infecções desde o início deste mês, a seguir a 5 de Dezembro, dia em que foram reportados mais 6087 infectados.

No total, o país contabiliza 5373 óbitos e 340.287 pessoas infectadas desde Março. Embora divulgados no boletim desta sexta-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS), os dados correspondem à totalidade de quinta-feira.

A região Norte soma 2395 novos casos (47% do total de novas infecções) e 41 mortes e Lisboa e Vale do Tejo mais 1618 infectados e 32 óbitos.

Recuperaram da doença mais 4100 pessoas, contabilizando-se agora um total de 263.648 recuperados. Há ainda a registar mais 885 casos activos de infecção, num total de 71.266.

Encontram-se internadas 3230 pessoas com covid-19 (menos 74 face aos dados do dia anterior), das quais 507 em unidades de cuidados intensivos (menos duas).

As 95 vítimas mortais identificadas nos dados desta sexta-feira incluem seis homem entre os 60 e os 69 anos; 12 homens e sete mulheres entre os 70 e 79 anos; e 23 homens e 47 mulheres (74% das mortes reportadas esta sexta-feira) com mais de 80 anos — a faixa etária mais afectada em termos de óbitos.

A zona do país com maior número de infecções é o Norte, que regista 178.378 casos acumulados desde o início da pandemia. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 110.635 casos; o Centro, com 35.358 casos (mais 787 em relação ao dia anterior); o Alentejo, com 7613 casos (mais 193) e o Algarve, com 6015 infectados (mais 66).

O arquipélago dos Açores regista um total de 1270 casos de infecção (mais 16) e a Madeira contabiliza 1018 casos (mais cinco).

O Norte é também a região com o maior número de mortes por covid-19, com um total acumulado de 2578. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabiliza 1863 óbitos, seguindo-se o Centro, com 713 mortes (mais 16), o Alentejo, com 138 óbitos (mais dois), e o Algarve, com 58 mortes por covid-19 (mais duas). Os arquipélagos dos Açores e da Madeira reportaram esta sexta-feira mais uma vítima mortal cada, registando um total de 20 e três óbitos por covid-19, respectivamente.

“O primeiro desafio vai ser gerir a escassez” de vacinas

A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou esta sexta-feira que não pode ainda avançar a quantidade de doses de vacinas no primeiro lote a chegar a Portugal, já que ainda está a ser realizado um trabalho entre as várias empresas, o Estado português e a Agência Europeia do Medicamento. “Não temos ainda números fechados sobre a quantidade de doses que nos vão ser entregues”, disse, em conferência de imprensa, após duas semanas de interrupção.

“O primeiro desafio vai ser gerir, numa primeira fase, a escassez”, acrescentou Marta Temido. "Temos que ser pacientes e perceber que há passos que nós não podemos subestimar nem desvalorizar” porque é fundamental haver “a garantia de que todas as vacinas são seguras e de qualidade”, destacou.

A ministra garantiu ainda que “na primeira semana [de Janeiro] poderemos estar a vacinar”. Vários calendários têm sido referidos, sendo que a distribuição aos vários países das primeiras doses está prevista para os primeiros dias do ano, disse Marta Temido, mas está a fazer-se “esse esforço para que isso [o início da vacinação] possa acontecer nos primeiros dias de Janeiro”.

Dos quatro picos de mortalidade excessiva, dois devem-se à covid-19

No quadro presente em que a mortalidade verificada está acima da mortalidade estimada, e tendo como referência os anos anteriores, a ministra da Saúde indicou que se observam quatro áreas com mortalidade excessiva. Marta Temido atribuiu “esses quatro momentos ao primeiro pico da covid-19, a dois fenómenos de temperaturas extremas”, bem como a “um quarto momento que estamos a viver agora de excesso de mortalidade por todas as causas”.

Respondendo a uma pergunta sobre se esta realidade se deve a falhas na assistência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a ministra garantiu que “os serviços do Ministério da Saúde acompanham há muito estes fenómenos de modo a evitar que situações que possam ser evitadas não venham a repetir-se" e deixou “um apelo para o uso” do SNS uma vez que todos os procedimentos para garantir um serviço em segurança estão a ser cumpridos.

"O Natal é tempo de abraços. Este ano não vai poder ser assim.”

Sobre o risco de um aumento do número de casos associado aos convívios familiares e às celebrações do Natal e do Ano Novo,  a ministra foi clara: “Não hesitaremos em tomar medidas mais gravosas” se esse aumento se verificar, disse Marta Temido. E lembrou que todos os portugueses devem estar cientes de que não podem celebrar esta quadra festiva como em anos anteriores. “O Natal é tempo de abraços. Este ano não vai poder ser assim.”

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