Nagorno-Karabakh: Aliev e Erdogan presidem a “parada da Vitória” em Baku

Aliev designou Erdogan de “irmão” e agradeceu que tenha desde o início do conflito reafirmado que “a Turquia estará sempre ao lado do Azerbaijão”.

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Os dois chefes de Estado e as suas mulheres EPA
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Aliev e Erdogan presidiram à parada militar em Baku POMAN ISMAYILOV/EPA
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Reuters

Os presidentes do Azerbaijão, Ilham Aliev, e da Turquia, Recep Erdogan, participaram nesta quinta-feira numa parada militar para assinalar a vitória azeri na guerra de 44 dias no Nagorno-Karabakh, celebrada na praça da Liberdade em Baku.

No seu discurso, e numa demonstração de agradecimento do apoio turco na guerra, Aliev designou Erdogan de “irmão” e agradeceu que tenha desde o início do conflito reafirmado que “a Turquia estará sempre ao lado do Azerbaijão”.

“O apoio da Turquia constitui uma manifestação da nossa unidade e fraternidade (…) e quando hoje participamos em conjunto na Parada da Vitória mostramos novamente a nossa unidade aos nossos povos e ao mundo”, acrescentou Aliev.

Erdogan, que se deslocou a Baku com a mulher e os principais ministros do Governo e dirigentes do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamita conservador), felicitou por sua vez os “soldados do exército do Azerbaijão, que devolveram Karabakh à pátria após 30 anos de tristeza”, numa alusão ao período de domínio arménio.

“Sem dúvida, um dos factores mais importantes deste êxito obtido pelo Azerbaijão no campo militar e diplomático deve-se ao meu querido irmão Aliev”, acrescentou.

Na parada militar, transmitida em directo pela televisão, participaram 2783 militares turcos, o número dos soldados azeris que oficialmente foram mortos neste conflito que terminou há um mês depois de um cessar-fogo e acordo com mediação russa.

No total participaram três mil militares azeris na parada, 150 unidades de armamento pesado, como peças de artilharia e mísseis anti-aéreos, e foram exibidos diversos tipos de drones, que segundo os especialistas militares foram uma das chaves para a vitória militar azeri. Foi ainda exibido material de guerra capturado às forças arménias.

Na sequência do cessar-fogo assinado em finais de Novembro, a Rússia deslocou uma força de manutenção da paz para a região, com o objectivo de fazer respeitar o acordo de cessar-fogo patrocinado por Moscovo e que implica a saída dos arménios de diversas zonas que controlavam desde há 30 anos neste enclave que era de maioria arménia no Azerbaijão.

A Arménia e o Azerbaijão, ex-repúblicas soviéticas, declararam a independência em 1991.

No início de Dezembro, a Turquia anunciou ter assinado com a Rússia um acordo sobre o estabelecimento de um centro conjunto de observação e que terá por objectivo vigiar o cessar-fogo no Nagorno-Karabakh.

Um dia após a assinatura do acordo, a Turquia, que tomou o partido de Baku no conflito, saudou uma “grande vitória” do Azerbaijão face à Arménia no Nagorno-Karabakh

O acordo consagra importantes vitórias militares azeris naquela região montanhosa do Cáucaso, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), que declarou independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990 que provocou cerca de 30 mil mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência dessa guerra, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e EUA), constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas continuaram frequentes.

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