Estados Unidos serão os primeiros a alcançar imunidade de grupo. Europa espera até ao terceiro trimestre de 2021

De acordo com as previsões, os EUA atingirão meta da imunização no segundo trimestre de 2021. Europa conseguirá o mesmo objectivo menos de três meses depois.

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Previsão diz que Europa atingirá imunidade menos de três meses depois dos Estados Unidos Reuters/DADO RUVIC

Peritos da indústria farmacêutica alertaram esta terça-feira que a imunidade de grupo através das vacinas contra a covid-19 será alcançada em diferentes velocidades no mundo, antevendo que os Estados Unidos serão os primeiros a atingi-la no segundo trimestre de 2021.

De acordo com as projecções dos mesmos peritos, e em comparação com os norte-americanos, a Europa terá de esperar mais alguns meses e a região da América Latina quase um ano.

Estes cálculos, apresentados esta terça-feira pela empresa de análise Airfinity numa conferência de imprensa da Federação Internacional das Associações da Indústria Farmacêutica (IFPMA), apontam que o Ocidente poderá alcançar a imunidade de grupo ao longo do próximo ano, enquanto outras regiões do mundo poderão só atingir esta meta em 2023.

Ressalvando que estas previsões podem mudar em função da efectividade das futuras vacinas contra a doença covid-19, o director-executivo da Airfinity, Rasmus Bech Hansen, afirmou que os cálculos desenvolvidos apontam que os Estados Unidos da América (EUA) serão o primeiro país onde a imunidade do grupo será alcançada, seguidos pelo vizinho Canadá, que irá alcançar também esta meta no segundo trimestre de 2021.

Os Estados Unidos são o país mais afectado pela actual crise pandémica, tanto em número de mortos como de casos, com um total de 283.746 mortes e 14.955.025 casos recenseados, segundo o balanço mais recente da universidade norte-americana Johns Hopkins.

Nos Estados Unidos ainda não existe uma vacina contra a covid-19 autorizada ou aprovada.

Citadas pelas agências internacionais, as projecções da Airfinity antevêem que o Reino Unido, que arrancou esta terça-feira com a sua campanha nacional de vacinação, será o terceiro país a alcançar a imunidade de grupo, igualmente em meados de 2021.

O país europeu mais afectado pela actual crise sanitária (com mais de 61 mil mortos e mais de 1,7 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus), o Reino Unido é o primeiro no mundo a ter autorizado a utilização da vacina anti-covid-19 desenvolvida pelo grupo farmacêutico norte-americano Pfizer e pela empresa alemã BioNTech e foi o primeiro país ocidental a iniciar a sua campanha de vacinação.

Os cálculos da Airfinity prevêem ainda que na zona da União Europeia (UE), onde Portugal está integrado, a imunidade de grupo seja alcançada no terceiro trimestre do próximo ano, enquanto na Austrália será necessário esperar até ao final de 2021.

A região da América Latina terá de esperar até ao final do primeiro trimestre de 2022 para conseguir a imunidade de grupo, acrescentaram as mesmas projecções, que avançaram também que o Japão só deverá atingir tal meta no início do segundo trimestre desse mesmo ano.

Já a China, onde foram detectados os primeiros casos da doença covid-19 no final de 2019, a imunidade de grupo poderá ser atingida no terceiro trimestre de 2022, de acordo com os mesmos cálculos.

As perspectivas são ainda menos animadoras para a Índia ou para a Rússia.

Apesar de ser um dos principais produtores de vacinas para diversas doenças, a Índia poderá só alcançar a imunidade de grupo tão desejada no primeiro trimestre de 2023, enquanto as previsões para a Rússia apontam para uma espera que ultrapassa os primeiros três meses desse mesmo ano.

“Um dos grandes desafios será a produção de enormes doses de vacinas”, disse o director-executivo da Airfinity, empresa que fornece dados a empresas farmacêuticas e a entidades governamentais.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 1.545.320 mortos resultantes de mais de 67,5 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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