Estudante suspenso em liceu no Texas por usar verniz nas unhas

Petição criada pelo adolescente tem mais de 80 mil assinaturas. Agrupamento relembrou código de vestuário.

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Trevor Wilkinson/Instagram

Um estudante de uma escola secundária do Texas acusou a instituição de discriminação e homofobia, após ter sido suspenso por usar verniz nas unhas. Trevor Wilkinson alega que a escola citou o código de vestuário, que proíbe estudantes do sexo masculino de pintarem as unhas, para atribuir esta punição, adiantando que os responsáveis lhe garantiram que a suspensão se manterá enquanto o adolescente continuar com as unhas pintadas. 

O caso do jovem, que foi denunciado pelo próprio no Twitter, recebeu atenção nacional e foi noticiado por vários órgãos de comunicação social norte-americanos. Em entrevista à NBC News, Trevor Wilkinson mostrou tristeza pelo facto de o seu caso poder impedir outros jovens de se expressarem livremente e sem medo de represálias.

“É muito triste para mim, porque sinto que, estando em 2020, deveríamos progredir e não andar para trás. E deixa-me triste porque eu sei que existem outras pessoas que se sentem assim, sentem que não se podem exprimir e que nunca o poderão fazer por causa de gente assim, que não tem uma mente aberta o suficiente para ver outras perspectivas”, lamentou o adolescente.

A Clyde High School, a instituição de ensino que Trevor frequenta, nunca respondeu directamente aos pedidos de esclarecimento da comunicação social. Contudo, o agrupamento onde esta escola secundária está integrada emitiu um comunicado onde reafirma que conduz uma avaliação “diligente e ponderada” do código de vestuário todos os anos. “Esse processo de avaliação resulta num código de vestuário final que é exigido durante o ano lectivo seguinte. Pais e alunos recebem uma cópia do código de vestuário antes do início de cada ano”, argumentou o liceu.

Após o sucedido, o aluno criou uma petição online, onde explica a razão pela suspensão e pede apoio para demonstrar que a escola está errada. “Disseram-me que se continuar [a pintar as unhas] vou continuar suspenso. Ajudem-me a demonstrar que a expressão [pessoal] é algo bom e que a identidade que a sociedade quer normalizar não é. Eu sou humano. Sou válido. Não deveria meter-me em sarilhos por ter as unhas pintadas”, escreveu o jovem.

Tal como a publicação onde expôs o caso, a petição do adolescente teve sucesso. Esta segunda-feira, mais de 82 mil pessoas já tinham assinado o documento, pressionando a escola a alterar a suspensão.

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