Estudante suspenso em liceu no Texas por usar verniz nas unhas
Petição criada pelo adolescente tem mais de 80 mil assinaturas. Agrupamento relembrou código de vestuário.
Um estudante de uma escola secundária do Texas acusou a instituição de discriminação e homofobia, após ter sido suspenso por usar verniz nas unhas. Trevor Wilkinson alega que a escola citou o código de vestuário, que proíbe estudantes do sexo masculino de pintarem as unhas, para atribuir esta punição, adiantando que os responsáveis lhe garantiram que a suspensão se manterá enquanto o adolescente continuar com as unhas pintadas.
O caso do jovem, que foi denunciado pelo próprio no Twitter, recebeu atenção nacional e foi noticiado por vários órgãos de comunicação social norte-americanos. Em entrevista à NBC News, Trevor Wilkinson mostrou tristeza pelo facto de o seu caso poder impedir outros jovens de se expressarem livremente e sem medo de represálias.
“É muito triste para mim, porque sinto que, estando em 2020, deveríamos progredir e não andar para trás. E deixa-me triste porque eu sei que existem outras pessoas que se sentem assim, sentem que não se podem exprimir e que nunca o poderão fazer por causa de gente assim, que não tem uma mente aberta o suficiente para ver outras perspectivas”, lamentou o adolescente.
A Clyde High School, a instituição de ensino que Trevor frequenta, nunca respondeu directamente aos pedidos de esclarecimento da comunicação social. Contudo, o agrupamento onde esta escola secundária está integrada emitiu um comunicado onde reafirma que conduz uma avaliação “diligente e ponderada” do código de vestuário todos os anos. “Esse processo de avaliação resulta num código de vestuário final que é exigido durante o ano lectivo seguinte. Pais e alunos recebem uma cópia do código de vestuário antes do início de cada ano”, argumentou o liceu.
Após o sucedido, o aluno criou uma petição online, onde explica a razão pela suspensão e pede apoio para demonstrar que a escola está errada. “Disseram-me que se continuar [a pintar as unhas] vou continuar suspenso. Ajudem-me a demonstrar que a expressão [pessoal] é algo bom e que a identidade que a sociedade quer normalizar não é. Eu sou humano. Sou válido. Não deveria meter-me em sarilhos por ter as unhas pintadas”, escreveu o jovem.
Tal como a publicação onde expôs o caso, a petição do adolescente teve sucesso. Esta segunda-feira, mais de 82 mil pessoas já tinham assinado o documento, pressionando a escola a alterar a suspensão.