Eu toco, tu tocas, ele toca. Mas não há toque entre nós

Nas terapêuticas onde o toque é essencial, como a massagem, a fisioterapia, a osteopatia, como é a nova realidade?

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"Num contexto de massagem toda a limpeza é um factor de valorização", considera a massagista Sofia Oliveira Nuno Ferreira Santos

05.05.2020. Plena pandemia. Total confinamento. Um torcicolo atinge o meu pescoço, como um raio, desce pelos trapézios e pelas omoplatas, apanha-me o tronco, acaba-me com a disposição e reduz em 80% a minha capacidade física de fazer aquilo que define 80% do meu trabalho: escrever. O chip dos receios está bem activo no meu cérebro: não sair de casa, lavar as mãos, não mexer em nada, desinfectar as mãos, ter uma zona de transição quando chegamos da rua, esfregar bem as mãos, não se deixar tocar, desinfectar novamente as mãos, não cruzar respirações com ninguém, não vá o aerossol do vírus colar-se às nossas vias respiratórias e crescer até lá abaixo aos pulmões, mais um pouco de álcool-gel nas mãos. O dia 5 de Maio pode não dizer nada ao leitor, mas foi o dia em que marquei uma consulta de osteopatia, pois a dor e a incapacidade falaram mais alto que os receios.

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