Santa Maria: “O que fazemos aqui? Tentamos salvar pessoas" e ninguém baixa os braços

No Hospital de Santa Maria, um dos maiores do país, os profissionais e os espaços reinventam-se. Apesar da imprevisibilidade da covid-19, da violência de perder doentes quando se pensa que estão a melhorar, do desgaste das horas extras e de serem cada vez mais jovens os casos graves, ninguém baixa os braços.

O Hospital de Santa Maria tem 14 aparelhos ECMO colocados em várias unidades de cuidados intensivos. No piso 3, onde está também o serviço de medicina 2 — dedicado desde o início da pandemia à covid —, a unidade divide-se por duas alas. Em tempos passados, ainda antes da era covid, este espaço foi uma enfermaria. O sol entra pelas janelas de uma das salas, constituída por dois quartos independentes e um com quatro camas, das quais apenas uma está vazia. Há um clima de paz e tranquilidade. “A luz natural é muito importante, ajuda a orientar. São doentes que chegam a estar dois meses em coma e têm alterações cognitivas”, explica a enfermeira Patrícia Belo.

Até ao final da última quinta-feira, dia em que o PÚBLICO esteve em vários serviços covid, estavam internados no Hospital de Santa Maria 31 doentes em unidades de cuidados intensivos e 96 em enfermaria. Acompanhámos o início do turno das enfermeiras Patrícia Monteiro, Patrícia Belo e Marta Pinto. As duas últimas já tinham experiência em cuidados intensivos de adultos e em ECMO. Estavam colocadas noutros serviços do Hospital Pulido Valente — que com Santa Maria forma o Centro Hospitalar Lisboa Norte. Na primeira vaga da pandemia foram chamadas ao Santa Maria e agora voltaram de novo para reforçar o serviço.

“O que fazemos aqui? Tentamos salvar pessoas”, diz Patrícia Belo.

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