Representação da UE na Palestina exige investigação a morte de adolescente na Cisjordânia

Ali Abu Aliya, de 14 anos, foi atingido com um tiro no estômago na sexta-fera, quando o exército isrealita disparou sobre uma manifestação contra a fixação de novos colonos perto de Ramallah.

mundo,hamas,israel,cisjordania,palestina,
Fotogaleria
Funeral de Ali Abu Aliya em Ramallah, neste sábado ALAA BADARNEH/EPA
mundo,hamas,israel,cisjordania,palestina,
Fotogaleria
ALAA BADARNEH/EPA
mundo,hamas,israel,cisjordania,palestina,
Fotogaleria
MOHAMAD TOROKMAN/Reuters
mundo,hamas,israel,cisjordania,palestina,
Fotogaleria
ALAA BADARNEH/EPA

A Representação da União Europeia na palestina pediu neste sábado a Israel que sejam levados à justiça os responsáveis pela morte a tiro, na sexta-feira, de um adolescente de 14 anos que participava numa manifestação na Cisjordânia contra a criação de mais um colonato israelita no território ocupado.

“As crianças têm protecção especial à luz do Direito internacional”, disse a Representação da EU na Cisjordânia e Faixa de Gaza no Twitter. “Quantos mais crianças palestinianas vão ser sujeitas ao uso excessivo de força letal por parte das forças israelitas?”, prossegue o texto acrescentando que “o incidente chocante deve ser investigado rapidamente e em profundidade pelas autoridades israelitas de forma a levar os agressores à justiça”.

Ali Abu Aliya, de 14 anos, participava na manifestação contra a ocupação de terras em Al- Mughayyir, perto de Ramallah. Foi atingido no estômago e morreu no hospital. No seu funeral, neste sábado, ouviu-se gritar: “Com a nossa alma e o nosso sangue vamos redimir-te”.

Mais quatro pessoas ficaram feridas.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, tratou-se de um “crime de guerra”. O porta-voz da Fatah, Osama al-Qawasmi, disse que os palestinianos vão responder a esta morte com “unidade nacional”. O Hamas considerou, em comunicado, que a morte de Abu Aliya “confirma a verdade criminosa sobre a ocupação do exército” israelita.

“Reafirmamos a necessidade de regressarmos ao consenso nacional [entre Fatah e Hamas] como opção para resistirmos a ocupação, de forma a sermos capazes de responder aos crimes da ocupação e travarmos a escalada dos ataques dos colonos”, disse o Hamas.

A Fatah, partido do presidente Mahmoud Abbas, que governa a Cisjordânia, e o Hamas, liderado por Ismail Haniyeh, que controla a Faixa de Gaza, estavam de costas voltadas desde 2007, quando os islamistas expulsaram as forças de segurança da Fatah de Gaza. A sua reaproximação acelerou após a normalização de relações diplomáticas de Israel com os Emirados Árabes Unidos e com o Bahrein, em Setembro.

Israel ocupou a Cisjordânia em 1967 e mais 450 israelitas vivem em colonatos no território de 2,8 milhões de palestinianos.

Num comunicado, o exército israelita negou ter usado fogo real e disse que só foram usadas balas de borracha contra os manifestantes que acusou de terem lançado pedras e pneus em chamas contra veículos militares israelitas.

Sugerir correcção
Ler 10 comentários