Sporting, um líder com dores de crescimento

Série vitoriosa dos “leões” interrompida no Minho, depois de um empate num jogo com um final alucinante. Vantagem no comando pode ficar cortada a metade.

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LUSA/FERNANDO VELUDO

Um líder a sofrer as dores do seu crescimento. Talvez seja a forma mais adequada de descrever o que o Sporting tirou da visita a Vila Nova de Famalicão, para além do empate (2-2) frente ao anfitrião minhoto, na 9.ª jornada da I Liga. Os “leões” estiveram muito perto da sexta vitória no campeonato, mas muita coisa aconteceu nos últimos minutos que alterou este desfecho - o golo que deu o empate dos famalicenses e outro anulado a Coates. Com este ponto, o líder vai continuar a sê-lo, mas a vantagem para os perseguidores mais próximos pode passar de quatro pontos para dois, caso Sp. Braga e/ou Benfica vençam os seus jogos de domingo. 

Frente a um adversário com o qual perdeu duas vezes na temporada passada, o Sporting surgiu fiel à sua identidade, apenas com uma alteração em relação ao plano habitual - Antunes ocupou o lugar no flanco esquerdo que costuma ser de Nuno Mendes. O plano foi o mesmo de sempre e os “leões” tiveram diversas oportunidades para se colocarem em vantagem bem cedo no jogo, com um falhanço de Sporar, aos 6’, e um cabeceamento de Feddal, aos 13’, em ambos com bolas teleguiadas de Pedro Porro.

Mas a maior oportunidade aconteceria aos 21’. Riccieli derrubou Nuno Santos na área do Famalicão e, da marca dos 11 metros, o extremo “leonino” denunciou demasiado o remate e permitiu a defesa de Luiz Júnior, o jovem brasileiro que ocupou a baliza da equipa da casa. Pedro Gonçalves ainda tentou a recarga, mas acabaria por cair sem que ninguém lhe tocasse e viu o cartão amarelo - um lance que viria a ter importância lá mais para a frente.

Os “leões” colocaram-se em vantagem aos 37’, por obra do suspeito do costume. Numa jogada individual, Pedro Gonçalves tirou da frente dois defesas do Famalicão, à entrada da área, e arrancou um remate que resultou no 0-1 para o Sporting e no seu 10.º golo na Liga, mostrando-se moderado nos festejos por ter sido contra a sua ex-equipa. Era um golo que dava expressão ao domínio do Sporting, mas que teria resposta a seguir. Minuto 43, Bruno Jordão, num livre a partir do lado esquerdo, colocou a bola na área, Adán saiu-se mal e Gustavo Assunção fez o empate.

Ao empate, o Sporting respondeu da melhor forma e com um momento espectacular. Já bem para lá dos primeiros 45’, Pedro Porro, na conversão de um livre directo, meteu a bola lá dentro e repôs a vantagem “leonina” - foi o segundo golo para este jovem lateral espanhol dos quadros do Manchester City que está emprestado por duas épocas. A primeira parte acabou com emoção e com algumas escaramuças verbais entre jogadores das duas equipas. Não seria a última vez.

Avancemos para a segunda parte, que teve mais domínio do Sporting e mais oportunidades falhadas, mas já com um Famalicão mais disposto a lutar pelo jogo. A tarefa da equipa de João Pedro Sousa ficou bastante facilitada com a expulsão de Pedro Gonçalves aos 80’ - o médio do Sporting viu o seu segundo amarelo do jogo por uma falta a meio-campo e foi mais cedo para o balneário.

Os “leões” quase aguentavam a vantagem, mas acabaram por perdê-la quase da mesma forma como a tinham conquistado. De livre directo, Jhonata Robert fez a bola ultrapassar a barreira dos “leões” e entrar na baliza antes que Adán lá chegasse. 

No reatamento do jogo, Coates fez o seu número habitual de ir para a frente e foi feliz por alguns minutos. Ganhou um duelo aéreo a Luiz Júnior e meteu a bola na baliza. Celebrou e celebraram todos, mas o árbitro ouviu os conselhos do VAR, foi ver as repetições e considerou que havia falta do uruguaio sobre o guarda-redes, esvaziando a festa “leonina”. 

Depois do apito final, repetiram-se coisas parecidas com as que tinham fechado a primeira parte. Também se repetiram queixas do presidente do Sporting sobre eventuais erros de arbitragem. Mas também houve erros próprios e, esses, Rúben Amorim poderá corrigir.
 

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