Como a covid-19 mudou a nossa vida numa questão de semanas

No dia 1 de Janeiro de 2020, enquanto o mundo dava as boas vindas à nova década, as autoridades chinesas em Wuhan encerravam um mercado. Para a maioria das pessoas, era um pequeno susto do outro lado do mundo. Perto de um ano depois, mudou substancialmente a vida de toda a gente. A Reuters passa o ano em revista.

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KAI PFAFFENBACH/Reuters
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Nacho Doce/Reuters
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Bing Guan/Reuters
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ALAA AL-MARJANI/Reuters

No dia 1 de Janeiro de 2020, enquanto o mundo dava as boas vindas à nova década, as autoridades chinesas em Wuhan encerravam o mercado de peixe na cidade de 11 milhões de pessoas, suspeitando que um surto de uma nova “pneumonia viral” que estava a afectar 27 pessoas pudesse estar relacionado com o local.

Os primeiros testes realizados em laboratórios na China apontavam para um novo coronavírus. A 20 de Janeiro já se tinha espalhado por três países.

6 de Fevereiro de 2020 Reuters/China Daily
15 de Junho de 2020 - Cemitério em Manaus, Brasil Reuters/Bruno Kelly
3 de Dezembro, El Salvador Jose Cabezas/Reuters
4 de Junho, Nova Deli Adnan Abidi/Reuters
23 de Junho, Tóquio KIM KUYNG-HOON|REUTERS
18 de Março, Harpenden Peter Cziborra/Reuters
21 de Junho, Ontario Carlos Osorio/Reuters
26 de Março, Nova Iorque Breandan McDermid/Reuters
17 de Agosto, Manila Reuters/Eloisa Lopez
26 de Abril, Reino Unido Reuters/Carl Recine
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6 de Fevereiro de 2020 Reuters/China Daily

Para a maioria das pessoas, era um pequeno susto do outro lado do mundo. Perto de um ano depois, mudou substancialmente a vida de toda a gente. Quase todos foram afectados, quer pela própria doença, por terem perdido os seus entes queridos ou os seus trabalhos, ou por estarem confinados em casa, vendo-se obrigados a habituarem-se a uma nova forma de trabalhar, descontrair ou interagir.

A nível global, quase um milhão e meio de pessoas morreram da covid-19 e e cerca de 63 milhões foram infectadas. Depois de a primeira vaga da pandemia ter sido de alguma forma controlada em muitos países, agora muitas nações enfrentam segundas e terceiras vagas ainda mais fortes, forçando várias restrições à vida quotidiana.

Dentro das imagens mais assombrosas que vieram ao de cima da pandemia de 2020 estão as de médicos nas linhas da frente das batalhas contra o vírus.

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Hospital Severo Ochoa, Espanha Susana Vera/Reuters
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27 de Março de 2020, Hospital de San Raffaele, Itália Flavio Lo Scalzo/Reuters

No Hospital San Raffaele, em Milão, sete pessoas da unidade de cuidados intensivos assistiram um jovem de 18 anos que sofria da covid-19, empurrando-lhe a cama enquanto seguravam o equipamento médico e os monitores. 

Os outros médicos e enfermeiros encontravam-se protegidos por imenso equipamento – batas, luvas, máscaras e viseiras, alguns com o nome ou a inicial escrita nos uniformes – o que se tornou num cenário familiar. Tal como imagens de médicos perto da exaustão ou de luto por terem perdido alguém para a doença.

Em Março e Abril, muitos países começaram a impor isolamentos e distâncias sociais, para abrandar a propagação do vírus altamente contagioso.

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Lily Hendrickx e Marie-Christine Desoer Yves Herman/Reuters

Surgiram estruturas para separar e proteger pessoas – desde os vidros transparentes nos supermercados até às folhas de papel celofane que permitiram a Lily Hendrickx, de 83 anos, abraçar Marie-Christine Desoer, a directora do lar onde vive na Bélgica. 

O impacto no mundo natural do confinamento foi, por vezes, fenomenal. O som dos pássaros pôde ser ouvido como nunca nas cidades e os animais selvagens aventuraram-se dentro das cidades vazias.

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Shannon Stapleton/Reuters

Um coiote permaneceu à beira da estrada no habitualmente lotado miradouro da Ponte Golden Gate, que atravessa São Francisco. Até as ruas de Manhattan ficaram estranhamente vazias.

A bailarina Ashlee Montague vestiu uma máscara de gás e dançou no meio da Times Square, em Nova Iorque. Em Brasília, o padre Jonathan Costa rezou sozinho no Santuário Dom Bosco, rodeado de fotografias dos fiéis, que afixou nos bancos da igreja.

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UESLEI MARCELINO/REUTERS
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Andrew Kelly/Reuters

O uso de máscara para combater a difusão do vírus tornou-se um ritual em todo o mundo. Em Tóquio, na estação de comboios de Shinagawa, multidões começaram a usar máscaras, tal como os prisioneiros na prisão de Quezaltepeque, em El Salvador.

Nas suas casas, as famílias aprenderam a viver juntas 24 horas por dia e a entreter e ensinar as suas crianças dentro de casa. Em San Fiorano, no norte de Itália, Marzio Toniolo, um professor de 35 anos, tirou uma fotografia da sua filha de 2 anos a pintar-lhe as unhas.

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2 de Março REUTERS/ATHIT PERAWONGMETHA
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20 de Março Marzio Toniolo/Reuters

A pandemia atingiu da pior maneira algumas das pessoas mais pobres do mundo – expondo as desigualdades no acesso a cuidados médicos e a fundos governamentais para compensar as pessoas que perderam os seus meios de subsistência.

Em Maio, na África do Sul, em Itireleng, perto dos subúrbios de Laudium na Pretória, as pessoas esperavam numa fila que se estendia até onde os olhos não chegavam para receber ajuda alimentar.

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Siphiwe Sibeko/Reuters

Agora que 2020 chega ao seu fim, as vacinas surgem no horizonte. Há esperança que alguns aspectos da vida como a conhecíamos, regressem.