Covid-19: boas notícias em Espanha, mais restrições em Itália

Madrid, assim como Paris e Bruxelas, têm boas notícias - mas não o suficiente para suavizar medidas. Já em Itália há restrições adicionais e a cidade de Londres considera também passar ao nível três, o mais alto, de restrições.

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Testes rápidos: alguns peritos dizem que a sua utilização foi um contributo importante para a melhoria da situação JUAN MEDINA/Reuters

A maioria dos países europeus está a registar uma descida das curvas de casos de infecção pelo vírus que provoca a covid-19 – mas em alguns, as linhas parecem mais um planalto do que uma descida de uma encosta do pico de uma montanha.

O diário espanhol El País compara a situação de Espanha com a de outros países europeus, notando que a média nacional de casos por 100 mil habitantes a 14 dias é de menos de 300, um número semelhante ao de França e Alemanha, e menor do que outros países, como Itália, Polónia, Suécia ou Portugal, todos com mais de 600 casos neste indicador.

A descida, dizem peritos citados no artigo, tem a ver não só com as restrições de movimentos como com a maior utilização de testes rápidos, que não estiveram disponíveis durante a primeira vaga.

O jornal alerta que apesar desta boa notícia, a situação geral de toda a Espanha continua a ser considerada de risco alto (um patamar abaixo do risco extremo em que esteve até quarta-feira). 

O número de mortes em Espanha continua, no entanto, muito elevado, com uma média de cerca de oito por cem mil habitantes a 14 dias, quando na Alemanha a média é de 5,3, por exemplo (dados do Centro Europeu para o Controlo de Doenças - ECDC).

A curva alemã destaca-se por ter aplanado mas não descido significativamente, daí que o país tenha decidido manter as restrições em vigor até 7 de Janeiro, mesmo durante o Natal.

Outros países muito afectados que conseguiram recuperações foram a Bélgica, que chegou a ser o pior em termos de casos de infecção de toda a Europa e que agora fez o indicador da incidência a 100 mil habitantes a 14 dias descer para 271, ou França, que desceu para 255.

Em termos de casos de infecção, os países mais afectados são agora o Luxemburgo (1177,6), a Croácia (1117,1) e a Lituânia (1041,1), segundo os mesmos indicadores do ECDC; em termos de mortes, a Bulgária (26,5), a Eslovénia (23,4) e o Liechtenstein (20,8) são os que têm a mais alta taxa de óbitos por 100 mil habitantes a 14 dias.

Itália, que mantém uma média de infecções ainda bastante alta (590) registou, por outro lado, esta quinta-feira um recorde de mortos desde o início da pandemia: 993. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, anunciou mais restrições até dia 6 de Janeiro, por causa do “risco de uma terceira vaga, não menos violenta que a primeira e que a segunda, e que pode acontecer em Janeiro”: não vai haver missa do galo no Natal e não vai ser possível circular entre regiões diferentes a partir e 21 de Dezembro, nem entre cidades diferentes nos dias 25 e 26 de Dezembro, e no dia 1 de Janeiro.

As medidas adoptadas estão a ter, no entanto, algum efeito, dizia o coordenador da resposta à covid-19 Domenico Arcuri, o que se vê numa diminuição de novas hospitalizações, exemplificou. A única hipótese é continuar as restrições porque suavizá-las significaria, alertou, uma terceira vaga.

Também no Reino Unido há possibilidade de um amento de restrições, pelo menos em Londres, que pode passar ao nível 3, o nível máximo de restrições em que encerram os restaurantes (deixando apenas com take-away) e as salas de espectáculo, entre outras. A taxa de transmissão na capital é ainda demasiado alta, disse Kevin Fenton, director de saúde pública de Londres, citado pelo diário The Guardian.

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