Os fãs do surf estão felizes... o World Tour está de volta!

Opinião | Por David Raimundo, Seleccionador nacional de Surf

Foto
David Raimundo, Seleccionador nacional de Surf

Depois de um ano em que o principal circuito de surf foi cancelado devido à pandemia da COVID-19, a World Surf League (WSL) oficializa o início do Tour de 2021 (primeira etapa já dia 8 de Dezembro no Hawaii). E este, acreditem, vai ficar na história!

Ao longo deste ano foram várias as mudanças anunciadas pela WSL para os seus circuitos profissionais. As mesmas já vinham a ser faladas há algum tempo e a meu ver serão bastante positivas para o surf profissional.

Começando pelo World Tour em vez das habituais 11 etapas vamos passar a ter 13. No final, o top 5 do ranking (homens e mulheres) vai disputar na mítica onda de Lower Trestles, o título mundial. A prova terá um formato totalmente diferente e inovador.

Já no circuito mundial de qualificação (WQS) também serão várias as novidades e alterações. Os surfistas vão ter que disputar os circuitos regionais e lutar pelos pontos necessários para se qualificarem para os eventos Chalenger Series (ex prime events ou 10.000 pontos). Depois de lá chegar, é altura de tentarem a qualificação para o sonho do World Tour.

Os circuitos regionais vão ser disputados até Junho e no caso da zona europeia, vão apurar 10 homens e 8 mulheres. Depois de estarem apurados, os mesmos vão disputar os Chalenger Series entre Agosto e Novembro/Dezembro. O Top 10 Masculino e o Top 6 Feminino apuram-se para o World Tour 2022.

São vários os surfistas Portugueses que continuam a correr o WQS com o objectivo de atingir o sonho de estar entre a elite mundial do surf. Este ano, na altura do cancelamento dos circuitos, Yolanda Hopkins (26º lugar) e Vasco Ribeiro (11º lugar) eram os surfistas mais bem classificados.

Esperamos que esta lista aumente em 2021 e que tenhamos mais surfistas Portugueses qualificados para o World Tour.

Frederico (Kikas) Morais é novamente o herói que vai carregar a bandeira Portuguesa por esse mundo fora. Depois de uma vitória brilhante no circuito mundial de qualificação em 2019, Kikas vai voltar a competir com os melhores surfistas do mundo em algumas das melhores ondas do planeta.

As expectativas são sempre altas, o nível dos seus adversários é elevadíssimo, e todos acreditamos que é possível. Por ele vamos novamente perder muitas noites de sono, colados à televisão.

O facto das etapas de Sunset Beach e de Santa Cruz passarem a integrar o calendário foram uma excelente notícia para o surfista português. São duas direitas onde o seu surf se encaixa na perfeição. Se em Sunset Kikas já fez mais do que uma final, as direitas de Steamer Lane em Santa Cruz fazem antever um bom resultado.

A WSL, devido às limitações da COVID-19, optou por criar uma safety leg nos Estados Unidos e outra na Austrália (cada uma com 3 etapas seguidas) e dessa forma, consegue garantir que todos os intervenientes no circuito, não viagem de país em país estando sujeitos a correr mais riscos. É também importante realçar, que desta maneira, e assumindo que estas 6 primeiras etapas se realizam com sucesso, fica garantido que aconteça o que acontecer até ao final do ano, já podem atribuir os títulos de campeões mundiais.

Esperemos que isso não aconteça, pois estamos todos sedentos de voltar a vibrar com a competição.

As primeiras 3 etapas vão ser Pipeline, Sunset e Santa Cruz. As 3 seguintes, Snapper Rocks, Bells Beach e Margaret River (que tem tido como alternativa a mítica onda de “the box” e ainda North Point). Destas ondas, 5 delas são realizadas em direitas (apenas Pipeline é uma esquerda, apesar de poder dar a direita de backdoor). Isto são muito boas notícias para Frederico Morais, uma vez que as características destas ondas favorecem o seu tipo de surf! Podemos antecipar um início de ano fortíssimo para o camisola 25. É o que todos os Portugueses desejam e é nisso que eu acredito!

Já estamos em contagem decrescente, que o show comece!

Na Onda do Surf powered by Jeep


A opinião emitida neste artigo é da exclusiva e inteira responsabilidade do seu autor.