EUA com 170 mil infecções por dia. Fauci prevê “explosão” de casos após dia de Acção de Graças

País atinge 4 milhões de casos em Novembro, mais do dobro do mês anterior. Anthony Fauci alertou para um forte aumento destes valores dentro de duas ou três semanas por causa das viagens e convívios do Dia de Acção de Graças.

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“Em duas ou três semanas, poderemos assistir a uma explosão de casos”, alertou Anthony Fauci JONATHAN ERNST/reuters

Os Estados Unidos registaram mais de quatro milhões de casos de covid-19 em Novembro, mais do dobro das infecções detectadas em Outubro (1,9 milhões). A barreira dos quatro milhões de infecções foi ultrapassada no sábado.

Em média, 170 mil pessoas têm agora um teste positivo todos os dias e mais de 1,1 milhões ficaram infectadas com o novo coronavírus na semana passada. O número total de casos desde o início da pandemia é de mais de 13 milhões de infecções, o mais elevado do mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins citados pelo New York Times.

Estes números foram divulgados dias depois de milhões de norte-americanos viajarem para diferentes partes do país para celebrar o Dia de Acção de Graças (Thanksgiving) e na mesma semana da Black Friday, em que milhares de cidadãos correram para as lojas, apesar de os comerciantes incentivarem às compras online.

O fim-de-semana prolongado de celebrações causou perturbações na divulgação dos dados e foi registada uma queda acentuada dos novos casos na quinta-feira e um grande aumento na sexta-feira. Muitos estados não divulgaram dados referentes ao feriado, diz o jornal norte-americano. No entanto, o director do instituto norte-americano de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, alertou para um forte aumento do número de contaminações por covid-19 após o Dia de Acção de Graças. “Em duas ou três semanas, poderemos assistir a uma explosão de casos”, alertou o imunologista em declarações ao canal de televisão ABC.

Mais de um milhão de viagens

Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), pelo menos 1,1 milhões de pessoas voaram para os Estados Unidos na véspera do feriado, um recorde desde o início da pandemia no país, em Março, de acordo com dados da agência TSA, responsável pelas verificações de segurança nos aeroportos.

“Este fim-de-semana, com todas aquelas viagens, é realmente preocupante para nós”, disse o secretário adjunto da Saúde, Brett Giroir, à CNN. “As hospitalizações estão, actualmente, a chegar a um pico de quase 95 mil. Cerca de 20% dos pacientes nos hospitais têm covid-19, por isso é um momento muito perigoso”, acrescentou o responsável. As hospitalizações devido à doença aumentaram em 46 estados americanos, como Nevada, Ohio e Pensilvânia, segundo dados noticiados pelo Washington Post.

O país, que conta o maior número mortos causados pelo novo coronavírus (266.074), ultrapassou o limiar dos 13 milhões de casos na sexta-feira, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins.

Neste contexto, Anthony Fauci explicou que não está a considerar um relaxamento das recomendações para não viajar ou das restrições antes do Natal. “Fechem os bares e mantenham as escolas abertas”, aconselhou.

Na Califórnia, foram impostas novas restrições face ao aumento de casos: foi declarado um recolher obrigatório em São Francisco e em Los Angeles foi proibida a maioria das reuniões públicas e privadas, a partir de segunda-feira.

O imunologista procurou, porém, tranquilizar os cidadãos, lembrando que, em Dezembro, deverá estar disponível uma vacina para as pessoas com maior risco de desenvolver uma forma grave da doença. “As pessoas precisam de saber que o processo de desenvolvimento desta vacina foi feito com rigor científico e a segurança não foi comprometida”, insistiu. A Pfizer/BioNTech afirmam que a sua vacina é 95% eficaz contra o vírus.

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