Petição: Cristina Ferreira quer que agressões nas redes sociais cheguem ao Parlamento

Depois do lançamento do livro, há pouco mais de uma semana e que já vai na terceira edição, a apresentadora lançou uma petição pública que já mais de 40 mil pessoas assinaram.

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A apresentadora e administradora da TVI defende que devem ser tomadas medidas contra o cyberbullying Miguel Manso

Chama-se “Contra o ódio e a agressão gratuita na Internet” e já ultrapassou as 40 mil assinaturas. Seriam precisas apenas quatro mil para que a petição lançada por Cristina Ferreira chegasse à Assembleia da República. Tudo começou no sábado, quando em entrevista no Jornal das 8, da TVI, a apresentadora, falando sobre o tema do seu último livro, a que deu o título Pra Cima de Puta, anunciou que lançaria uma petição para levar ao Parlamento o debate em torno do cyberbullying

Durante o jornal da noite do canal de Queluz, em que foi apresentada uma reportagem sobre bullying na Internet, a também administradora da TVI defendeu a criação de leis que combatam este tipo de agressões. Cristina Ferreira lembrou que quer a Constituição quer a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmam que “temos todos direito à nossa dignidade, à nossa vida, à nossa privacidade, à nossa vida familiar”. Por isso, é preciso aplicá-lo, sublinhou.

Na petição, lançada no domingo e que foi publicada com uma fotografia da capa do livro, lembra que apesar de a Internet ter trazido “possibilidades extraordinárias”, ainda é um “território sem lei”, onde os “discursos de ódio multiplicam-se exponencialmente”. “A maldade grassa, o fel destila. A maledicência, a ignomínia e a mentira atingem níveis de tal modo avassaladores que as próprias redes sociais procuram limitar intervenções potencialmente perigosas de políticos e utilizadores com grande visibilidade”, escreve Cristina Ferreira.

A peticionária lembra que os psiquiatras explicam que a inveja e o ódio estão interligados e que na Internet, “alguns tomaram liberdade de expressão como sinónimo de liberdade de agressão e usam o violentar do outro através da ofensa constante como uma – estranha – forma de expiação de frustrações pessoais”. Por isso, defende formas de regulação, de maneira a que esses discursos não continuem a passar impunes. “Esta maledicência de extrema violência – este tipo de crime! – não pode continuar. Esta imensa maldade não pode subsistir e servir de escola às nossas crianças. O cyberbullying tortura milhares de crianças, que crescem com problemas sérios e chegam até a suicidar-se.”

A apresentadora confessa que é alvo de discursos de ódio — ela e a família — e, por isso, o quis mostrar no livro, não para que tenham pena, mas como uma chamada de atenção para o que se passa com ela e com milhares de outras pessoas, nomeadamente crianças e jovens. O livro tem, segundo comunicado da editora, um título “provocatório e conteúdo verdadeiramente chocante”. 

A edição inclui os contributos do escritor Valter Hugo Mãe, responsável pelo prefácio, da jurista Dulce Rocha, da filósofa Joana Rita Sousa, do médico psiquiatra Júlio Machado Vaz, da socióloga Maria José da Silveira Núncio e do médico pedopsiquiatra Pedro Strecht. Lançado  pouco mais de uma semana, o título já vai na terceira edição e os direitos de autor serão entregues a entidades dedicadas a este problema, anunciou a autora.

Recorde-se que há um ano, com os lucros do manual Falar (inglês) é Fácil, que Cristina Ferreira escreveu em parceria com o seu professor de inglês, Jonathan Munro, a apresentadora levou cinco jovens, entre os 16 e 18 anos, a estudar inglês no campus da Universidade de Cambridge, durante duas semanas.

Cristina Ferreira termina o texto da petição com um apelo: “Debatamos o assunto, para que ele se torne também incontornável a nível político. Conto com as assinaturas de todas e todos os que sonham sempre com um Portugal Melhor. E evoluir a este nível está claramente ao nosso alcance.” 

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