Milhares de tailandeses protestam contra utilização do Exército para protecção pessoal do rei

Manifestantes juntaram-se em frente a um quartel da capital tailandesa para criticar a monarquia e a guarda real.

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O pato insuflável tornou-se num símbolo de protesto na Tailândia,O pato insuflável tornou-se num símbolo de protesto na Tailândia RUNGROJ YONGRIT/EPA,RUNGROJ YONGRIT/EPA
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Manifestantes atiraram tinta para o arame farpado em redor do quartel SOE ZEYA TUN/Reuters,SOE ZEYA TUN/Reuters

Milhares de manifestantes pró-democracia juntaram-se este domingo em frente a um quartel do Exército da Tailândia, em Banguecoque, para protestar contra a inclusão de unidades militares do país na guarda pessoal do rei Maha Vajiralongkorn.

Exibindo bonecos insufláveis com a forma de patos – que se tornaram numa espécie de mascote dos vários protestos dos últimos meses contra a monarquia, o Governo e o sistema parlamentar – e munidos com baldes de tinta vermelha, os manifestantes marcharam junto ao 11.º Regimento de Infantaria, onde está alocada uma parte da guarda do monarca e que foi reforçada com centenas de polícias antimotim e arame farpado.

“Nenhum país democrático tem um rei a controlar o Exército. Em qualquer país democrático que tenha o rei como chefe de Estado, as Forças Armadas respondem ao Governo”, disse à Reuters Arnon Nampa, advogado de direitos civis e um dos líderes dos protestos na Tailândia

“Temos visto a monarquia expandir os seus poderes e é por isso que estamos aqui hoje”, explicou.

As críticas à monarquia sempre foram um tema tabu na Tailândia – um dos países com punições mais duras para os crimes de lesa-majestade, onde insultar ou difamar o rei pode levar a uma pena máxima de 15 anos de prisão.

Mas tornaram-se comuns nos últimos meses, por iniciativa de uma geração de estudantes e adolescentes que exige mais democracia.

No centro dos protestos está o polémico rei Maha Vajiralongkorn, que reside na Alemanha, investe dinheiro da Coroa no estrangeiro e tem aumentado sucessivamente o tamanho da sua guarda pessoal.

Os protestos começaram em Julho e, num primeiro momento, tinham como objectivo o afastamento do general e primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha – que chegou à liderança do Governo após um golpe militar, em 2014 – e a elaboração de uma nova Constituição.

As manifestações evoluíram depois para exigências de reformas profundas no sistema de poder como um todo, incluindo na Família Real, no Exército e no Parlamento. Os manifestantes também pretendem ver ampliados os seus direitos, liberdades e garantias individuais.

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