Reafirmação do comunismo em documentário sobre os cem anos do PCP

PCP vai celebrar o seu centenário com um comício com Campo Pequeno, a 6 de Março de 2021.

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Congresso de 2000

O XXI Congresso levantou-se, proclamando “PCP! PCP!”, no final de um pequeno documentário sobre os 100 anos do partido, depois de Manuel Rodrigues, da comissão política e director do Avante!, ter feito a apresentação das iniciativas comemorativas do centenário, que será celebrado a 6 de Março de 2021 com um comício no Campo Pequeno, em Lisboa. O dirigente fez questão de frisar que estas celebrações são um “momento particularmente importante para reafirmar” a luta e o projecto de uma “sociedade socialista, tendo no horizonte o comunismo”.

O documentário é um documento de afirmação política importante, em que o narrador defende propostas do PCP como a “libertação do país da submissão ao euro” e dos “constrangimentos da União Europeia ou a “renegociação da dívida”.

Resumindo a história de um século de vida e de luta política, o documentário apenas apresenta um pequeno extracto de um discurso ao vivo de Álvaro Cunhal, líder histórico do PCP. Mas é possível ver também várias imagens de Álvaro Cunhal, assim como do actual líder, Jerónimo de Sousa, e do anterior, Carlos Carvalhas. Além, claro, de Bento Gonçalves, que liderou o PCP de 1929 até à sua morte, no Tarrafal, em 1942.

Logo no arranque, o documentário assume a filiação ideológica. Imagens de Marx, Engels e Lenine sucedem-se. A história do PCP é contada com recurso a imagens do Bandeira Vermelha, do Avante!, do Camponês e de outros jornais do PCP ao longo de décadas.

Intitulado “O Futuro tem Partido”, o documentário faz uma forte afirmação ideológica e doutrinária do PCP e defende como determinante o papel deste partido no desenvolvimento do país e das condições de vida da população. Relevantes no vídeo são as passagens sobre o 25 de Abril. É defendido, pelo narrador, que “o PCP foi o grande partido da revolução”.

Pouco antes, foi destacado o relatório ao VI Congresso do PCP, em 1965, elaborado por Álvaro Cunhal, já como secretário-geral, e que seria posteriormente publicado clandestinamente em livro — Rumo à Vitória. O livro é apresentado no documentário como o programa político que “abriu caminho ao 25 de Abril”.

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