By the Book: 12 garrafas de plástico fazem uma mochila portuguesa

Mário Teixeira criou uma marca de mochilas sustentáveis, feitas a partir de um poliéster produzido em Itália. A By the Book está à procura de financiamento através de uma campanha de crowdfunding na Kickstarter.

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Com 12 garrafas de plástico se faz uma mochila. “Criar uma marca sustentável e com os direitos dos trabalhadores na base da produção” foi o que motivou Mário Teixeira, designer, a criar a By the Book. Neste momento, encontra-se em fase de teste, estando um crowdfunding a decorrer na plataforma Kickstarter, para arranjar uma forma de financiar o projecto e fazer um estudo de mercado. Estas mochilas são o resultado da união de um poliéster produzido em Itália, criado a partir de garrafas de plástico, e de cintos de carros parados na sucata. A ideia é “ir buscar o lixo e torná-lo cool”, afirma Mário Teixeira. 

As mochilas Airback existem em vermelho, verde e preto e são feitas de material reutilizado e à prova de água: por cada mochila são utilizadas 12 garrafas de plástico. Além disso, destacam-se pela sua versatilidade: desdobram-se em dois e, como são almofadadas, “servem de almofada para se ir a um concerto ou, então, como base para se mudar a fralda a um bebé”, exemplifica o designer. “Atravessamos uma fase de usar e deitar fora (...) Projectei esta mochila para que dure muito tempo; se, eventualmente, ficar estragada, o cliente pode devolvê-la e nós tratamos de a reparar”, explica. 

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Embora o tecido seja importado de uma fábrica italiana e os fechos utilizados sejam japoneses, a marca foi desenhada e é produzida em Portugal. Ligado à Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Peles e seus Sucedâneos (APPICAPS), Mário Teixeira viu aqui uma oportunidade para criar um produto e apontar o olhar para o universo internacional, e não apenas para Portugal. Assim, surgiu o negócio Design Affair, onde a By the Book se integra. 

Neste momento, a empresa vai continuar em fase de estudo de mercado. Apesar de a fábrica italiana responsável pela produção da matéria-prima utilizada ter fechado devido à covid-19, interrompendo-se assim o fabrico, Mário decidiu não parar o trabalho e optou por começar a testar as poucas que têm produzidas, antes ainda de lançarem a versão final para o mercado.

Para o criador, este protótipo é como um software​, correspondendo então à versão 1.0 da mochila. Mais tarde, com a distribuição reduzida e a experiência de algumas pessoas, oferecem uma versão melhorada da actual. “Em Março de 2021, prevemos ter uma versão 1.6”, afirma, entre risos.

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Entre Janeiro e Fevereiro de 2021, prevêem começar com a produção, para dar vazão aos pedidos e ao contributo feito pelas pessoas através da campanha de crowdfunding, a decorrer até 18 de Dezembro, e que não valor mínimo. Em Março, pretendem começar a vender o produto final. Neste momento, adquirida através da campanha, cada mochila custa 140 euros. 

Texto editado por Ana Maria Henriques

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