Nós, heróis da preguiça...

Aautoridade governamental da Alemanha para a saúde pública fez recentemente uma campanha, exortando os jovens a ficar em casa, difundindo um vídeo que tem circulado com grande sucesso no mundo inteiro (https://www.publico.pt/2020/11/19/p3/video/ser-preguicoso-salva-vidas-campanha-alema-quer-jovens-casa-lutar-contra-covid19-121426). Nele, surge um actor de idade avançada, falando do modo como viveu, no Inverno de 2020, quando era jovem, uma segunda vaga da pandemia de Covid-19. Ele situa-se, portanto, num tempo projectado no futuro e é a partir desse lugar que dá o seu testemunho: naquele tempo já longínquo de 2020, quando tinha 22 anos e era estudante de engenharia em Chemnitz, comportou-se como um herói, num momento em que o destino do país “estava nas nossas mãos”. O seu heroísmo consistiu em cumprir escrupulosamente esta regra: “a única coisa a fazer era ... NADA” (transcrevo assim, com as reticências, um momento de suspensão da fala, a preparação para pronunciar um “nada” enfático). Dá-se então um corte, muda-se de plano, e vemos um jovem entregue à preguiça, estendido num sofá e a beber refrigerantes

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