Costa pede acção e vigilância contra “pandemia” silenciosa e brutal que é a violência doméstica

No ano de 2020, a violência doméstica já matou 20 pessoas, 16 das quais são mulheres.

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Primeiro-ministro, António Costa LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O primeiro-ministro assinalou nesta quarta-feira o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, pedido que se continue a reforçar a vigilância e a acção contra esta “pandemia, tantas vezes silenciosa e sempre brutal”.

Esta posição foi transmitida por António Costa através de uma mensagem que publicou na sua conta pessoal na rede social Twitter.

“Neste Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, não bastam palavras de condenação e censura. Precisamos de continuar a agir contra esta outra pandemia, tantas vezes silenciosa e sempre brutal, da violência de género”, escreveu o primeiro-ministro.

António Costa referiu depois que o Governo lança hoje a campanha Eu sobrevivi, “que pretende reforçar a vigilância contra a violência doméstica e alerta para os desafios impostos pela covid-19”.

“Denunciemos, actuemos. A violência contra as mulheres e a violência doméstica são crimes públicos e uma responsabilidade de todos”, acrescentou.

A Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica acolheu 625 pessoas na segunda vaga da pandemia, e fez mais de 12 mil atendimentos, tendo havido ainda 150 pessoas que conseguiram terminar o processo de autonomização.

Em declarações à agência Lusa, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em que o Governo divulga uma nova campanha contra a violência doméstica, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, referiu que nesta segunda vaga da epidemia de covid-19 em Portugal, entre 28 de Setembro e 8 de Novembro, a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica acolheu 625 pessoas, entre 309 mulheres, 304 crianças e 12 homens.

Além disso, segundo Rosa Monteiro, foram feitos 12.419 atendimentos, o que significa que, em média, a Rede fez quase 303 atendimentos por dia ao longo destes 41 dias contabilizados na segunda vaga da pandemia.

Entre os mais de 12 mil atendimentos feitos neste período, a secretária de Estado salientou que 503 deles eram “situações novas que chegaram pela primeira vez às equipas de atendimento à procura de ajuda”.

Durante o mesmo período houve 150 pessoas que concluíram o seu processo de autonomização, enquanto na primeira fase foram 370, mas dispersas por um período temporal maior, entre 18 de Março e 15 de Junho.

Já durante a primeira vaga da pandemia, entre 18 de Março e finais de Junho, a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica acolheu 848 pessoas, entre 499 mulheres, 328 crianças e 21 homens, além de ter feito 24.692 atendimentos.

Os dados mais recentes do Governo revelaram que a violência doméstica já matou 20 pessoas até ao dia 19 de Novembro, 16 das quais mulheres.

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