Esta é Sílvia Pérez Cruz a tranformar-se em cada canção

Antes de regressar a Portugal para uma digressão de quatro datas, a cantora catalã recupera as suas últimas composições, criadas para obras de cinema, dança ou teatro. Em Farsa (Género Imposible) ouvimos uma voz rara alimentada por diálogos.

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Nas palavras do jornal El País, Terra Baixa é “um poderoso melodrama rural de paixões extremas”, uma peça fundacional do teatro catalão de finais do século XIX, da autoria de Àngel Guimerà, e que em 2014 o actor Lluís Homar quis reclamar por inteiro para o seu corpo, assumindo as quatro personagens do texto. Num cenário despojado, sob a direcção do encenador Pau Miró, Homar tomava nos braços um vestido de noiva que acariciava até se transformar em Marta — uma mulher de origens humildes convencida pelo seu amante a casar-se com outro homem, para que aquele pudesse desposar alguém com posses suficientes para o salvar das muitas dívidas que o cobriam até ao pescoço. Encarregada de compor a banda sonora para essa produção de Terra Baixa, Sílvia Pérez Cruz enamorou-se com a imagem de Homar “com o vestido de noiva, todo de branco, a chorar porque vai casar-se”, recorda ao Ípsilon. Ao observar esta cena, pensou: “Quero que este choro se transforme numa canção e que esta transmita a imagem da montanha” que envolve o cenário. A montanha de onde sai e para onde volta, nos instantes finais, Manelic, o homem com quem Marta se casa a contragosto.

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