O governo disse que a vacina da gripe não era para todos?

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Governo lhe garantiu que haveria vacina da gripe para todos os portugueses que a quisessem tomar. Esta semana, Marta Temido disse que, afinal, já não será possível.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A frase

“Não há mais vacinas disponíveis no mercado mundial”

Marta Temido, podcast do PS

O contexto

Por causa do Covid 19, tomar a vacina da gripe tornou-se uma necessidade para muito mais pessoas. A campanha de vacinação para a gripe começou este ano mais cedo, a 19 de Setembro, dirigida precisamente a maiores de 65 anos, profissionais de saúde e do serviço social. A segunda fase – que ficou marcada pela famosa fotografia do Presidente da República em tronco nu – começou a 16 de Outubro. Neste momento, ainda muitos portugueses aguardam pela vacina, apesar do Governo ter encomendado dois milhões de doses – e as farmácias terem comprado directamente no mercado 500 mil. A ministra da Saúde veio atribuir a falta de vacinas aos cidadãos que as tomaram quando não deviam ter tomado. “É importante que as pessoas percebam que só deve vacinar-se quem tem critério (…). Eu não me vacinei, alguns tê-lo-ão feito sem critério”. Da tranche encomendada pelo Governo, ainda faltam chegar 200 mil doses.

Apesar de ter comunicado ao Presidente da República que haveria vacinas para todos, a ministra justifica a situação. “O que é facto é que este ano tivemos uma procura de pessoas que normalmente não procuram vacinar-se, desde logo dos profissionais de saúde que este ano têm aderido massivamente à vacinação e que, em anos anteriores, não se queriam vacinar”.

Os factos

O Presidente da República tentou sossegar os cidadãos, informando que a ministra lhe tinha garantido que haveria vacinas em número suficiente. “Todos os que queiram vacinar-se irão vacinar-se”, disse o Presidente a 19 de Outubro. Também na conferência de imprensa desse dia 19, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales apelou “à serenidade, à tranquilidade, porque, com certeza, toda a gente vai ser vacinada”.

Em resumo:

O Governo disse, efectivamente, que a vacina ia chegar para todos, sem limitar o seu acesso a “critérios”, como agora vem dizer a ministra.

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