Guimarães vai recolher máscaras nas escolas e fazer novos produtos com elas

O município anunciou um programa de recolha de máscaras em contexto escolar e a sua transformação em novos produtos feitos à base de fibras têxteis, ou a inclusão em placas poliméricas e briquetes.

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Mika Baumeister/Unsplash

A Câmara de Guimarães vai lançar um projecto de recolha de máscaras em contexto escolar e a sua valorização em novos produtos, anunciou o município.

Em comunicado, o município sublinha que as máscaras comunitárias e descartáveis representam “um resíduo crescente, com forte impacto nos ecossistemas, nomeadamente marinhos”, uma tendência que o novo projecto pretende contrariar. As máscaras recolhidas estarão na origem de novos produtos feitos à base de fibras têxteis ou serão valorizadas em placas poliméricas e briquetes.

O projecto, que será lançado na Semana Europeia de Prevenção de Resíduos (21 a 29 de Novembro), prevê uma “forte campanha” de sensibilização, recolha e valorização de máscaras. Trata-se de uma sinergia entre Município de Guimarães, Laboratório da Paisagem, a empresa municipal VITRUS Ambiente, a Estrutura de Missão Guimarães 2030 e uma empresa privada, que possibilitará o lançamento de uma campanha de recolha de máscaras em contexto escolar e a sua valorização em novos produtos.

O processo de recolha será realizado nas sedes dos agrupamentos escolares, inserido no programa ambiental Pegadas, para o qual foi desenvolvido um contentor personalizado, construído a partir de plásticos mistos reciclados.

Com a pandemia, o uso de materiais descartáveis disparou: máscaras, batas, luvas, e outros apetrechos que, por todo o mundo, são usados uma vez e deitados fora. Em Sydney e Hong Kong, amontoados de máscaras deram à costa, preocupando as organizações, que, alertam, podem prejudicar a vida marinha. Cada máscara cirúrgica, que pesa cerca de quatro gramas, pode demorar 400 anos a degradar-se.

Em Portugal, o PAN propôs a criação de uma tara para incentivar os consumidores a devolverem as máscaras utilizadas em farmácias ou superfícies comerciais, para que fossem descartadas correctamente. Em causa estaria o pagamento de mais “dez ou 20 cêntimos”, valor que seria “devolvido quando adquirissem a próxima”, referiu, em Setembro último, Inês Sousa Real.

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