Quinta Vale D. Maria. Vinhos únicos, que contam uma história que assenta no terroir

As memórias são feitas de histórias. Convidar memórias à mesa é saborear histórias. Um dueto entre a vivência de um enólogo, Manuel Soares, e de um chef, Renato Cunha.

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Quinta Vale D. Maria
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Chef Renato Cunha
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Enólogo Manuel Soares

Sempre que percorre o Douro, a mesma emoção. A beleza circundante pede sonho. Ser enólogo é um pouco isso, sentir a essência, preservar a origem. Com vestígios de terroir agarrado às botas, Manuel Soares partilha com Renato Cunha alguns dos vinhos Quinta Vale D. Maria. Em comum, a mesma entrega à origem. Sempre que está a criar, no seu restaurante Ferrugem ou no Vinha Boutique Hotel, Renato Cunha viaja pelos sentidos. Da fusão entre vinho e gastronomia, nasceram quatro encontros, contados por Renato Cunha.

VALE D. MARIA VINHAS DO SABOR DOC DOURO BRANCO 2019

Achigã marinada com azeite e citrinos, migas de pão com ovas, amêndoa e poejo

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Quinta Vale D. Maria

O Rio Sabor é fértil em peixe e em pescadores. Tem na sua foz com o Rio Douro a única aldeia piscatória na região de Trás-os-Montes. O achigã, habituado a entregar a sua carne e as suas ovas para fritura e migas a mãos experientes, vê-se aqui em cura de sal, citrinos e botânicos do Vale da Vilariça. Com a cabeça ganha-se um caldo, que se junta, mais tarde, ao pão migado, à amêndoa moída, ao tomate-coração-de-boi e às suas disputadas ovas. Perfuma-se com poejo e eleva-se a frescura e o desejo de um vinho duriense de altitude, franco e ligeiramente cítrico. Excelente forma de se começar. Seja o que for.

QUINTA VALE D. MARIA DOC DOURO TINTO 2018

Feijoada de boletos e feijão-de-sete-anos

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Quinta Vale D. Maria

Brindemos com o que a terra nos dá, numa espécie de caça ao tesouro. Entre a folhagem de soutos e carvalhos, frutifica uma espécie nobre nos assentos de micologia, a que o latim chama de boletus edulis e as gentes da terra de míscaros ou tortulhos. Defini-los como carnudos é evocar sacrilégios num reino vegetal. Tal é a volúpia da textura e do perfume, que insisto no adjectivo. Junta-se à dança a feijoca. As gentes chamam-lhe feijão-de-sete-anos, pela sua boa teimosia em abraçar o solo durante este período, sem que tenhamos de lançar nova semente à terra. Um blend profuso de aromas, texturas e sabores, para expressar todo o terroir duriense numa só garfada… e num só golo.

QUINTA VALE D. MARIA VINHA DA FRANCISCA DOC DOURO TINTO 2018

Caldeirada de Cordeiro Mirandês

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Quinta Vale D. Maria

Do planalto desce a Churra Galega Mirandesa. Das hortas durienses convocam-se protagonistas como o tomate-coração-de-boi, a batata, a cebola, o pimento e os aromáticos. Faz-se desfilar - como que em socalcos -, rega-se com azeite e vinho do Douro, aconchega-se, tapando, e coloca-se à lareira. Durante pouco mais de hora e meia escuta-se o crepitar da lenha de poda, destilam-se memórias, saberes e códigos genéticos, e forma-se uma combinação de sólidos e de uma essência líquida conhecida como “caldeirada”. Graça e distinção são atributos que fazem deste prato e deste Vinha da Francisca um hino à elegância, intenso e impactante.

QUINTA VALE D. MARIA PORTO VINTAGE 2017

Figo-pingo-de-mel em calda e sardinha de barrica

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Quinta Vale D. Maria

Respeitar os ciclos, colhendo de acordo com o que a natureza nos oferece, é desfrutar do seu maior esplendor. As gentes do interior, respeitam-no, mas também gostam de o desafiar. Para terem maior sustento no inverno, aprimoraram as técnicas de conservação. O figo e a sardinha são bons quando pingam. No final do Verão, quando, em conserva, entram numa dimensão que desafia as nossas papilas. Ele, o figo-pingo-de-mel, guarda-se em calda de pouco açúcar e de execução lenta, adubado com malagueta, flor de sal e vinagre. A ela, à sardinha gorda, faz-se uma salmoura em vasilhas que outrora foram barricas. Juntos, desafiam-se e celebram, de forma improvável e pungente, exigindo companhia vínica de excepção, provando que não é só no Porto Vintage que vale a pena esperar e ganhar muito mais com isso.

 Saborear histórias é perpetuar memórias.