Emprego público cresce 1,6% à custa da saúde e da educação

No terceiro trimestre, as administrações públicas empregavam 700.477 pessoas, mais 1,6% do que em 2019. Aumento ficou a dever-se à admissão de assistentes operacionais, enfermeiros e professores.

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jmf jose maria ferreira

O Estado empregava no final do terceiro trimestre 700.477 trabalhadores, mais 1,6% do que em 2019. Este aumento deveu-se sobretudo à admissão de assistentes operacionais, enfermeiros e professores, mostra a Síntese Estatística do Emprego Público do terceiro trimestre que foi publicada nesta segunda-feira ao final do dia.

Na comparação com o trimestre homólogo, havia mais 11216 trabalhadores, distribuídos entre a administração central (mais 9507 postos de trabalho) e a administração local (mais 1090 postos de trabalho). Na administração central, o emprego aumentou sobretudo nas entidades públicas empresariais do Serviço Nacional de Saúde (mais 4867) e nas escolas (mais 2488), através da contratação de assistentes operacionais, enfermeiros e professores.

“Entre as carreiras que mais contribuíram para esse aumento salientam-se, nas entidades públicas empresariais do SNS, as carreiras de assistente operacional (1980), enfermeiro (1907) e técnico de diagnóstico e terapêutica (407) e, nas escolas, os educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário (1464), bem como os assistentes operacionais (1201)”, lê-se na síntese publicada pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Na comparação com o trimestre anterior, e à semelhança do que aconteceu no ano passado, o número de funcionários públicos recuou 0,7%. A educação e a ciência e ensino superior foram as áreas que mais contribuíram para a quebra de emprego, nota a DGAEP, “reflectindo a actividade de mudança de ano lectivo com os processos de colocação dos docentes contratados nos estabelecimentos de ensino superior e de ensino básico e secundário e dos técnicos superiores para as actividades de enriquecimento curricular no ensino básico e secundário, ainda a decorrer no final do 3º trimestre”.

Há também a registar uma diminuição de 596 pessoas na carreira médica relacionada com o final do internato, “estando ainda a decorrer o procedimento concursal para a celebração de contratos por tempo indeterminado”.

Os dados agora publicados dão conta de um aumento tanto da remuneração base média como do ganho médio mensal nas administrações públicas. Em Julho de 2020, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores era de 1534,8 euros, tendo aumentado 2,9% em comparação com Julho de 2019. Já o ganho médio mensal, que inclui prémios e subsídios ou suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias, subiu 2,7% para 1798 euros.

A subida do salário médio foi resultado do descongelamento das carreiras e da actualização do salário mais baixo na Administração Pública para os 645 euros. Em 2021, o Governo já se comprometeu a actualizar o salário mínimo do Estado, mas ainda não revelou se está disposto, como em 2020, a ir mais longe do que a remuneração mínima pratica no sector privado.

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