Sugeriu morte de Fauci, mas Zuckerberg disse que Bannon não violou regras suficientes para ser banido

O antigo consultor de Donald Trump sugeriu num vídeo que Anthony Fauci, o principal virologista dos Estados Unidos, fosse decapitado por ser desleal a Donald Trump.

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Várias plataformas e redes sociais reagiram ao ataque de Bannon a Anthony Fauci LUSA/MARTIN DIVISEK

O chefe executivo (CEO) do Facebook, Mark Zuckerberg, disse numa gravação a que a agência Reuters teve acesso que o antigo conselheiro de Donald Trump, Steve Bannon, não violou regras suficientes para ser banido da rede social.

Num vídeo transmitido em directo no dia 5 de Novembro, Bannon sugeriu que o principal especialista em doenças infecciosas nos Estados Unidos, Anthony Fauci, e o director do FBI, Christopher Wray, fossem decapitados para serem feitos exemplos, por serem “desleais” a Donald Trump.

A sugestão foi feita durante um podcast, War Room Pandemic, e Bannon disse que as cabeças dos dois peritos deviam ser expostas em espetos à porta da Casa Branca como “um aviso a burocratas federais”. “Ou continuam com o programa ou desaparecem”.

O vídeo ficou disponível no Facebook durante dez horas e foi visto por 200 mil pessoas. O Facebook e o YouTube apagaram o vídeo, mas não removeram a conta de Bannon; já o Twitter suspendeu “permanentemente” a conta do podcast.

Numa reunião com funcionários, Zuckerberg esclareceu que a rede social tem “regras específicas para quantas vezes é preciso violar certas políticas antes de desactivarmos a conta completamente”. “Apesar de achar que as violações aqui estiveram perto de cruzar a linha, claramente não o fizeram”.

Na altura, o PÚBLICO questionou a rede social, que referiu apenas que já apagou vários vídeos do antigo conselheiro por violarem as suas políticas “contra violência e promoção da violência”. Da mesma forma, o porta-voz do Youtube, Alex Joseph, explicou ao PÚBLICO que a plataforma removeu o vídeo “por violar a política de assédio, especificamente ao fazer ameaças violentas contra um indivíduo”.

Na sexta-feira, o Facebook removeu uma série de páginas relacionadas com Steve Bannon, por partilharem notícias falsas sobre as eleições presidenciais.

Bannon foi conselheiro de Donald Trump na campanha à Casa Branca, em 2016, e durante os primeiros sete meses da sua presidência. Foi despedido em Agosto de 2017 por Trump, mas a sua influência permaneceu: foi o principal responsável pela política do Presidente em prioritizar os Estados Unidos, através do slogan "America First”.

Antes disso, fundara o site de notícias conservadoras Breitbart, que é conhecido por partilhar e criar propaganda de extrema-direita e notícias falsas favoráveis a Donald Trump.

Em Agosto, Bannon foi detido e acusado de fraude devido à sua envolvência na campanha “We Build The Wall”, que procurou angariar fundos para ajudar na construção do muro na fronteira com o México. A campanha angariou 25 milhões de dólares em doações, mas Bannon é acusado de desviar fundos para uso pessoal.

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