Equipa de Trump não entrega mensagens de felicitações, mas Biden já telefonou aos líderes de países aliados

Trump não reconhece a derrota nas presidenciais e está a tentar na Justiça norte-americana reverter os resultados.

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Donald Trump Reuters/CARLOS BARRIA

A Administração Trump está a reter as mensagens que os líderes mundiais estão a enviar ao Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden. A estação de televisão CNN noticiou na quarta-feira que o Departamento de Estado se recusa a entregar dezenas de mensagens dirigidas a Biden e à sua equipa de transição.

Trump continua a não reconhecer a derrota eleitoral e está a tentar na Justiça norte-americana reverter os resultados das presidenciais, realizadas a 3 de Novembro.

Funcionários do Departamento de Estado disseram à CNN que as mensagens para Biden começaram a chegar no fim-de-semana, quando a sua vitória foi confirmada.

O Departamento de Estado normalmente organiza comunicações com presidentes eleitos, mas a Administração Trump negou à equipa de transição de Joe Biden o acesso às informações e contactos necessários para iniciar essa tarefa.

Biden, no entanto, manteve conversas com líderes mundiais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o seu homólogo irlandês, Micheál Martin.

O primeiro líder estrangeiro que falou com Biden para lhe dar os parabéns pela vitória, na segunda-feira, foi o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau. Na quarta-feira, falou com os primeiros-ministros do Japão, Yoshihide Suga, da Austrália, Scott Morrison, e com o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

O número de países que ainda não reconheceram Biden vem diminuindo, mas inclui as duas principais potências da América Latina – México e Brasil –, além da Rússia e China. Estes esperam pela confirmação dos resultados para o fazerem.

Biden fez todas essas ligações sem a ajuda do Departamento de Estado, como é comum em outras transições de poder nos Estados Unidos.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, lembrou na terça-feira que “os votos ainda estão a ser contados” e, indo mais longe, disse que a transição vai ser pacífica, entre uma Administração Trump para outra Administração Trump.

A campanha de Trump intentou processos em vários estados, alegando uma fraude eleitoral generalizada, sem provas que substanciem a acusação.

Para ganhar a eleição em tribunal, Trump teria que reverter a votação na Pensilvânia, Geórgia e Nevada ou Arizona, todos eles estados onde Biden já foi declarado vencedor ou vai claramente na frente. Os últimos dados apontam que Biden tem 290 delegados no Colégio Eleitoral, acima dos 270 que garantem a vitória, enquanto Trump tem 217, faltando apurar 42.

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