Sindicato dos Jogadores reserva 250 mil euros para plano de emergência

Presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, diz presente num momento de profunda incerteza social, aguardando esclarecimentos sobre a “bazuca europeia” para o desporto.

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Joaquim Evangelista DR

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) anunciou esta quinta-feira um plano de emergência reforçado que disponibilizará, entre diferentes valências, um pacote de solidariedade com um fundo de 250 mil euros para apoiar casos de carência ou de risco de futebolistas em situação económica grave.

Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, confirma a existência dos primeiros pedidos atendidos pela linha-directa, facto que reforça a oportunidade de uma medida que pretende ir muito além da atribuição, a fundo perdido, de montantes que variam entre os 250 e os 750 euros, consoante o grau de carência das candidaturas ao subsídio.

O plano abrange os jogadores (com contrato de trabalho desportivo ou equiparado) das competições profissionais, mas de uma forma obviamente mais assertiva, os atletas do Campeonato de Portugal e da Liga Feminina, sendo atendidos os casos mais graves nos domínios essenciais, como o económico, laboral, de saúde e habitação.

O sindicato poderá em casos de penhora ou dívidas agir com máxima prontidão, prometendo exigência máxima de responsabilidade para evitar aproveitamentos menos lícitos. 

O líder do sindicato explica que “neste momento de profunda incerteza e de graves assimetrias sociais, era importante dar um sinal e dizer que estamos aqui”, declara, servindo-se do “lema” de Cristiano Ronaldo, para reforçar a ideia de que o sindicato está presente, seja para atenuar problemas puramente financeiros ou para apoiar os jogadores a enfrentarem uma crise com inegável impacto na saúde mental.

“O sindicato suporta, para além de um apoio financeiro importante para preservar a dignidade dos jogadores - de forma a não estarem dependentes do simples pacote de arroz, leite ou massa - as primeiras quatro consultas com um dos 402 psicólogos de uma bolsa disponível em todo o país. Este tipo de apoio, quando muitas vezes sofremos em silêncio, pode ajudar a resolver um problema mais profundo. Temos que ter essa consciência e sentido solidário, a capacidade para dar e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance nos momentos mais difíceis”, sustenta Joaquim Evangelista, prometendo sensibilizar os organismos responsáveis pela primeira e principal resposta social.

“Até ao momento, nem o Governo nem os competentes organismos desportivos se manifestaram no sentido de esclarecer de que forma serão canalizados os apoios europeus. Ouço falar muita da bazuca europeia, mas não percebo o verdadeiro alcance. Que critérios e mecanismos poderão ser accionados para o desporto. Não só para os jogadores, mas para árbitros, treinadores e funcionários dos clubes”.   

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