Sonae duplica vendas online em vários negócios até Setembro

Volume de negócios do grupo cresceu 6% no terceiro trimestre, e 5,9% nos nove meses. Resultado líquido atribuível ao accionista foi negativo em 24 milhões de euros.

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Vendas do Continente cresceram nos últimos meses Nuno Ferreira Santos

Em contexto de pandemia, “o grupo continuou a mostrar um desempenho muito resiliente”, refere Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae na apresentação dos resultados trimestrais. A CEO destaca o crescimento de 6% do volume de negócios no terceiro trimestre, face a um primeiro semestre muito impactado pela covid-19, período em que o resultado líquido consolidado atribuível ao accionista aumentou 2%, para 51 milhões de euros, em termos homólogos. 

No conjunto dos primeiros nove meses do ano, a Sonae (proprietária do PÚBLICO) registou um volume de negócios consolidado de 4634 milhões de euros, um crescimento homólogo de 5,9%. Já a evolução do EBITDA subjacente ficou-se por 0,3% e o resultado o resultado líquido consolidado atribuível ao accionista foi negativo em 24 milhões de euros, contra lucros de 88 milhões em igual período de 2019.

O resultado líquido reflecte “as contingências contabilísticas registadas no primeiro trimestre e a redução da valorização do portefólio da Sonae Sierra no segundo trimestre, ambas directamente relacionadas com a covid-19”, refere a empresa em comunicado.

A destacar-se pela positiva foi a duplicação das vendas online dos negócios integralmente consolidados, representando “mais de um terço do crescimento de vendas do grupo”. No retalho alimentar, o crescimento do ecommerce superou os dois dígitos, avança o grupo. 

A dívida líquida foi reduzida em 287 milhões de euros, para 1233 milhões de euros, nos últimos 12 meses, e o investimento cresceu 37%, para 376 milhões de euros, “reflectindo a expansão orgânica e aquisições”, que criaram cerca de 500 postos de trabalho.

Por negócios, destaca-se o crescimento de 10% do volume de negócios da Sonae MC (dona da rede Continente) nos primeiros nove meses, “beneficiando dos efeitos de açambarcamento que se verificaram no início da pandemia e da redução do consumo fora de casa durante o confinamento”.

As vendas da Worten cresceram 4,3% nos primeiros nove meses, para 775 milhões de euros, com uma quota de mercado online superior à offline, destaca a empresa. “As tecnologias de informação e pequenos electrodomésticos continuaram com uma elevada procura, impulsionando o crescimento das vendas”, refere o comunicado.

Outros destaques vão para a duplicação das vendas online da Sonae Fashion e o crescimento de 11% dos negócios da Sonae IM, que, já no quarto trimestre, viu a Arctic Wolf, líder em cibersegurança, concretizar um financiamento que se traduz numa avaliação de 1,3 mil milhões de dólares do segundo “unicórnio” da Sonae IM.

Os centros comerciais continuaram a ver os resultados afectados por efeitos da pandemia. “Após o confinamento geral no segundo trimestre, a Sonae Sierra registou tendências operacionais positivas durante o terceiro trimestre, embora ainda abaixo dos níveis pré-pandémicos”, refere avança a empresa, acrescentando que as vendas em Setembro e o número de visitantes ficaram 14% e 22%, respectivamente, abaixo do ano passado. No total, o resultado líquido da Sonae Sierra até Setembro foi de negativo em 20 milhões de euros.

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