Andorra serviu para Cristiano Ronaldo marcar e apresentar a “geração 2000”

Pedro Neto, o primeiro jogador nascido após o ano 2000 a jogar pela principal selecção nacional, e Paulinho estiveram em destaque contra Andorra. Ronaldo também marcou na goleada (7-0) e aproximou-se do recorde de Ali Daei.

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Cristiano Ronaldo Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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Cristiano Ronaldo e Paulinho LUSA/JOSE SENA GOULAO
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João Félix LUSA/ANTÓNIO COTRIM
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Cristiano Ronaldo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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Cristiano Ronaldo LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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Renato Sanches LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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Paulinho LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Estrategicamente era um jogo inoportuno, Fernando Santos fez questão de o deixar claro sempre que abordou a partida, mas o seleccionador tinha prometido “procurar encontrar algum benefício” do “amigável” contra Andorra imposto pela UEFA. Como se esperava, a obrigação de vencer um duelo disputado ao ritmo de um treino foi cumprida – Portugal goleou no Estádio da Luz sem dificuldades (7-0) -, e Santos tirou do jogo algumas mais-valias. O técnico promoveu mais três estreias e Pedro Neto, autor do primeiro golo, tornou-se no primeiro jogador nascido depois de 2000 a jogar pela selecção nacional. Ronaldo também marcou na goleada e aproximou-se do recorde de Ali Daei.

O anúncio do “onze” escolhido por Fernando Santos confirmou as palavras do seleccionador na véspera: o “dispensável” jogo com Andorra iria servir para “dar minutos” e “entrosar” jogadores. Assim, sem surpresa, Santos mudou tudo. Vinte e oito dias depois de derrotar em Alvalade de forma convincente a Suécia (3-0), o técnico revolucionou a equipa na passagem para o outro lado da Segunda Circular e, na Luz, nenhum dos titulares contra os suecos jogou de início.

Com a equipa desenhada em 4x3x3, o “amigável” com a frágil Andorra começou com uma inédita dupla de centrais (Domingos Duarte e Rúben Semedo), um meio campo sem um “6” assumido (Moutinho, Renato Sanches e Sérgio Oliveira) e um trio de ataque formado por dois jovens formados no Sp. Braga (Trincão e Pedro Neto) e o goleador dos bracarenses (Paulinho).

Habitualmente frágil, Andorra apresentou-se em Lisboa ainda mais enfraquecida – a maioria dos andorrenses joga no seu país onde o campeonato está parado -, e o desafio foi o que se esperava: de sentido único, com Portugal acampado à frente do muro construído pelo adversário.

No entanto, com paciência q.b., os portugueses fizeram a bola circular e, com qualidade, marcaram no oitavo minuto: Paulinho colocou no centro da área e Sérgio Oliveira assistiu Neto. No jogo de estreia, o primeiro atleta nascido após 2000 a jogar pela principal selecção portuguesa marcava. Até aí, Andorra ainda não tinha entrado no meio-campo português com a bola controlada e, depois disso, nada mudou.

Golo de Ronaldo

Sem acelerar, Portugal continuou a procurar brechas na defesa adversária e, em cima da meia hora, foi a vez de outro estreante brilhar: Semedo cruzou e Paulinho, com classe, antecipou-se a um defesa e tocou de forma subtil para o fundo da baliza.

Ao intervalo, após 45 minutos de domínio avassalador (75% da posse de bola e 12-0 em remates), Santos arriscou. A três dias do frente-a-frente com a França, o técnico lançou dois dos seus principais trunfos: Ronaldo e Bernardo Silva. A partir daí, ficava claro que o objectivo para a segunda parte tinha Ali Daei no ponto de mira. O iraniano tinha o recorde a nível de selecções preso por oito golos (109 para Daei; 101 para Ronaldo).

Com a equipa em 4x4x2, Portugal subiu o ritmo e, com os andorrenses a quebrarem fisicamente, a goleada surgiu: Renato Sanches marcou aos 56’; Paulinho bisou aos 61’. Ficava(m) a faltar o(s) golo(s) de Ronaldo.

Para ajudar o capitão, Santos reforçou ainda mais o ataque (entradas de Félix e Jota), mas com o passar dos minutos, a ansiedade do madeirense aumentava e quando um passe de Bernardo Silva parecia teleguiado para o pé de Ronaldo, surgiu um inoportuno andorrense pelo caminho: aos 76’, Emili Garcia marcou na própria baliza.

No entanto, o inevitável golo de Ronaldo acabou mesmo por surgir (86’) e, ainda antes do minuto 90, João Félix fechou a goleada nos 7-0.

Sábado, com a França, novamente na Luz, a conversa será mais a sério.

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