Covid-19: UE fecha acordo com a Pfizer para aquisição de 300 milhões de doses da vacina

Comissão Europeia vai alocar dois mil milhões de euros para a compra de vacinas para a covid-19. O objectivo é conseguir um catálogo de seis fabricantes diferentes.

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Resultados mostram que vacina contra a covid-19 da BioNTech/Pfizer tem uma eficácia de 90% DADO RUVIC/Reuters

A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira que fechou acordo com a empresa farmacêutica Pfizer e a parceira alemã BioNTech para o fornecimento de até 300 milhões de doses da vacina contra a covid-19.

Segundo o diário britânico The Guardian, o Reino Unido, que saiu da União Europeia (UE) em Janeiro, negociou um acordo independente para o fornecimento de 40 milhões de doses (suficientes para imunizar 20 milhões de pessoas).

O acordo é anunciado dois dias depois de ter sido anunciado que os resultados preliminares dos ensaios em larga escala da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela BioNTech e que será produzida e comercializada pela Pfizer apontarem para para que tenha uma eficácia de 90%. As vacinas só serão adquiridas depois de se mostrarem seguras e serem aprovadas pelo regulador de saúde europeu.

Bruxelas já aprovou compra de quatro potenciais vacinas

A Comissão Europeia vai alocar dois mil milhões de euros para a compra de vacinas para a covid-19, e já aprovou a sua aquisição a três outros fabricantes europeus, para assegurar qe os cidadãos europeus terão vacinas, quando se revelarem eficazes e seguras: a AstraZeneca (300 milhões de doses), a Sanofi-GSK (300 milhões) e a Johnson & Johnson (200 milhões). Está ainda em negociações com a alemã CureVac e com a norte-america Moderna.

Em comunicado, o executivo comunitário explica que aprovou “um quarto contrato com as empresas BioNTech e Pfizer que prevê a compra inicial de 200 milhões de doses em nome de todos os Estados-membros da UE e uma opção para solicitar até mais 100 milhões de doses, a serem fornecidas assim que uma vacina tenha provado ser segura e eficaz contra a covid-19”.

Fonte comunitária explicou à agência Lusa que a Comissão Europeia está a financiar os acordos de compra antecipada celebrados com os produtores de vacinas através do Instrumento de Apoio de Emergência, a partir do qual “foram disponibilizados até agora mais de dois mil milhões de euros de financiamento”.

A mesma fonte explicou que este é “o montante global disponível no orçamento da UE para a estratégia de vacinas para os contratos de compra antecipada”, não havendo para já dados disponibilizados sobre o valor alocado a cada contrato.

“Basicamente, a UE está a fazer investimentos importantes para apoiar as empresas [de biotecnologia e farmacêuticas que estão a desenvolver vacinas], de modo a que estas possam realizar ensaios clínicos em paralelo com o investimento na capacidade de produção e na segurança das matérias-primas”. O objectivo é acelerar os processos, adiantou esta fonte

O objectivo da Comissão Europeia é conseguir uma carteira de seis potenciais vacinas para a covid-19.

Prevê-se que as vacinas sejam disponibilizadas ao mesmo tempo para todos os Estados-membros da UE, incluindo Portugal. A quantidade atribuída a cada país será basear-se-á na dimensão da sua população. Os Estados-membros podem ainda decidir doar as doses de vacina a si atribuídas a outros países mais pobres ou redireccioná-las para outros países europeus.

“Esta carteira diversificada de vacinas irá assegurar que a Europa está bem preparada para a vacinação, uma vez que as vacinas tenham sido provadas como seguras e eficazes”, comentou a Comissão Europeia no comunicado divulgado esta quarta-feira.

A instituição aponta, ainda, que decidiu “apoiar” a vacina desenvolvida pelas farmacêuticas alemã BioNTech e pela norte-americana Pfizer “com base numa avaliação científica sólida, a tecnologia utilizada, a experiência das empresas no desenvolvimento de vacinas e a sua capacidade de produção para abastecer toda a UE”.

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