Rui Rio repete que acordo com o Chega foi “decidido regionalmente”, mas não exclui entendimento nacional

Líder do PSD diz que o Chega se moderou nos Açores e não exclui que o mesmo aconteça à escala nacional.

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Rui Rio, líder do PSD LUSA/PAULO NOVAIS

Depois de contornar o assunto durante os últimos três dias, o líder do PSD, Rui Rio, procurou justificar o acordo feito entre o PSD-Açores e o Chega para viabilizar o acordo de governação nos Açores, repetindo que foi uma “decisão regional” (mas defendeu a opção do seu líder regional). Esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas após uma reunião com a ​Confederação Empresarial de Portugal , o social-democrata insistiu que as propostas negociadas entre os dois partidos “não são fascistas, nem de extrema-direita”, mas sim matérias nas quais existe uma base de entendimento entre o PSD e o Chega. E essa base de entendimento poderá vir a ser nacional, admite Rui Rio.

“Já foi dito claramente que não há nenhum acordo nacional, nem com o Chega, nem com a Iniciativa Liberal, nem com o PPM, nem com o CDS. O que existe é ao nível dos Açores, ao nível regional, decidido lá”, começou por distinguir o líder social-democrata, enumerando os quatro compromissos acordados entre os dois partidos, conhecidos esta segunda-feira e defendidos pela comissão nacional permanente

“Fazer uma proposta de redução dos deputados regionais. Isto é fascista? É de extrema-direita? É uma proposta fascista querer baixar o número de pessoas com o rendimento mínimo nacional garantido e terem emprego e rendimento? Isto é fascista? Criar um gabinete de luta contra a corrupção. É fascista lutar contra a corrupção? Reforçar a autonomia dos Açores”, interrogou o líder dos sociais-democratas.

“Foram estes quatro pontos que se decidiram lá, regionalmente. Não fui eu que decidi”, declarou. Mas, logo de seguida, colocou-se ao lado de todas as medidas e não excluiu um entendimento com o Chega também a nível nacional, recordando que ambos defendem, por exemplo, a redução do número de deputados na Assembleia da República. E “se a exigência for mais emprego e menos subsidiodependência, podemos dizer que também estou de acordo”, asseverou, reforçando que existe margem para negociações com o partido liderado por André Ventura.

“No futuro, no continente, já tive oportunidade de dizer isto e deu origem a não sei quantos incêndios políticos. Se o Chega se moderar, pode haver hipóteses naturalmente de diálogo. Se o Chega não se moderar, não há hipótese de diálogo. Nos Açores moderou-se”, concluiu o líder do PSD.

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