Covid-19: Espanha espera receber vacina da Pfizer no início de 2021 e imunizar dez milhões de pessoas

Ministro da Saúde afirma que o Governo espera receber cerca de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer no início de 2021.

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O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa Victor Lerena/EPA

O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, revelou esta terça-feira que o Governo espera receber no início de 2021 as primeiras doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Pfizer e pela parceira alemã BioNTech, cujos primeiros resultados da terceira fase de ensaios clínicos revelaram que a vacina tem uma eficácia de 90%.

“Estimamos que podem chegar 20 milhões de doses da vacina da Pfizer e, uma vez que é preciso administrar duas doses, poderíamos imunizar dez milhões de espanhóis”, afirmou Salvador Illa, em entrevista ao programa La Hora de La 1 da RTVE.

O ministro da Saúde explicou ainda que durante “esta semana ou na próxima”, o Executivo espanhol pretende assinar acordos com empresas como a Pfizer para adquirir a vacina, pelo que, “se tudo correr bem”, as doses poderão chegar ao país no início do próximo ano.

Salvador Illa afirmou que a vacina será gratuita e que as doses serão distribuídas pelo Sistema Nacional de Saúde. A priorização da vacina será definida de acordo “com critérios técnicos” e com as recomendações dos especialistas em vacinação, embora o ministro tenha reconhecido que inicialmente a vacina será destinada aos grupos de risco.

“Vamos guiar-nos pelo que dizem os especialistas. Mas o lógico e normal é que se comece pelos grupos mais vulneráveis, assim como pelos grupos que estão em contacto com os vulneráveis, como os profissionais de saúde”, destacou.

Até Maio, “a maioria dos espanhóis poderá ser vacinada”

Embora com alguma cautela, Salvador Illa prevê que até Maio do próximo ano “a maioria dos espanhóis poderá ser vacinada”, tanto com a vacina da Pfizer como com outras vacinas candidatas que estão a ser desenvolvidas em todo o mundo.

O ministro da Saúde espanhol descartou ainda uma eventual obrigatoriedade da vacina contra a covid-19. “Não acho que seja necessário tornar a vacina obrigatória. As pessoas entendem que através da vacinação já se conseguiu acabar com outras doenças infecciosas no passado”, argumentou.

Quanto aos movimentos antivacinas e aos negacionistas da pandemia, Illa salientou que o Governo espanhol vai ser “muito claro e contundente” contra “as pessoas que dizem mentiras e defendem a anticiência”.

Ainda sobre as vacinas, o ministro destacou que estas “salvam vidas” e que o seu desenvolvimento é feito de acordo com critérios de segurança, existindo um quadro regulamentar europeu e estadunidense “muito rigoroso”.

Evitar o confinamento obrigatório

Salvador Illa sublinhou também, durante a entrevista, que Espanha poderá evitar o confinamento obrigatório se os cidadãos “cumprirem as medidas” adoptadas pelas comunidades autónomas para travar a propagação do novo coronavírus. “Queremos ser rigorosos nisto e avaliar o resultado das medidas antes de tomar medidas mais drásticas”, afirmou, destacando acreditar que, “se as medidas forem cumpridas”, o confinamento poderá ser evitado. Ainda assim, assegurou que “este Natal não será como no ano passado”.

Segundo o ministro da Saúde espanhol, nos últimos cinco dias, o país tem registado uma “relativa estabilização dos casos” de covid-19 e a taxa de incidência da doença ronda os 530 casos por 100 mil habitantes. Porém, Illa reconhece que os números relativos aos internamentos e óbitos continuam elevados, valores que se justificam devido a um “desfasamento”.

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