Da roupa interior aos tapetes com símbolos hindus: Amazon retira tudo com medo de represálias da Índia

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LUSA/HAYOUNG JEON

A Amazon.com Inc. avançou, nesta terça-feira, que retirou uma extensa lista de produtos, que vão da roupa interior a tapetes de rua, com símbolos sagrados hindus. A decisão foi tomada depois de inúmeras reacções nas redes sociais indianas, condenando a empresa de venda online.

#BoycottAmazon foi uma das hashtags usadas na Índia e que chamaram a atenção da empresa para a questão dos símbolos hindus que são considerados sagrados pelos seus seguidores. Entre os vários símbolos está o deus elefante Ganesha.

“Estamos a retirar os produtos em questão”, declara a empresa em comunicado. “Todos os vendedores devem seguir as nossas directrizes de venda e aqueles que não o fizerem estarão sujeitos a acções, incluindo possível remoção da sua conta”, acrescenta. Este aviso surge porque várias listas de produtos nos sites da Amazon são controladas pelos seus vendedores e não directamente pela empresa.

Em 2017, o governo do primeiro-ministro Narendra Modi ameaçou não renovar os vistos dos funcionários da Amazon naquele país se não fosse proibida a venda de tapetes com as cores da bandeira da Índia, no site canadiano. Já o ano passado, o portal de vendas voltou a irritar os clientes indianos por ter capas para as tampas das sanitas e outros artigos com imagens dos deuses hindus, no site dos EUA. Das duas vezes, os produtos foram retirados.

“Caros indianos, se o vosso sentimento religioso foi ofendido, registem uma reclamação na polícia cibernética ou no posto de polícia local”, escreveu Gaurav Goel, porta-voz do partido Bharatiya Janata, que está no Governo, nesta terça-feira. 

A Índia é um mercado-chave para a Amazon, onde a empresa se comprometeu a investir mais de seis mil milhões de dólares (5,08 mil milhões de euros). Além disso, a Amazon Web Services, unidade de computação em nuvem da empresa norte-americana, deve investir 207,61 mil milhões de rúpias (2,37 mil milhões de euros) no sul do estado de Telangana para criar um cluster de data centers.

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