FC Porto aproveitou o corredor aéreo após descolagem turbulenta

“Dragões” venceram por 3-1 e mantêm distâncias para o líder do campeonato. Algarvios caíram para o último lugar da Liga.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Parece cada vez mais evidente que o FC Porto pós-Champions é um FC Porto mais falível. Neste domingo, a jogar em casa e frente a um Portimonense que esbraceja no último lugar, o campeão nacional teve uma descolagem atribulada, sobreviveu a uma depressão e acabou por aproveitar o corredor aéreo para chegar a um triunfo difícil (3-1), mas que evita que o Sporting se afaste ainda mais no topo da classificação da Liga.

Não é por falta de qualidade que o Portimonense soma apenas quatro pontos à 7.ª jornada. Bem estruturados, num 5x4x1 em organização defensiva, os algarvios foram eficazes a ocupar o corredor central e frustraram sempre o jogo interior do FC Porto, que na primeira parte também teve dificuldades em jogar à largura pelo desacerto dos laterais.

Se defensivamente a equipa estava confortável, perante o 4x3x3 do adversário, com Corona e Luis Díaz (desinspirado) nas alas e Marega no meio, na primeira saída em ataque rápido o Portimonense esteve ainda melhor. Dener aproveitou um passe errado de Uribe, abriu para Moufi e o lateral cruzou para o golo de cabeça de Beto, ao segundo poste (14’).

A viagem dos “dragões”, que até então já fora agitada, tornou-se ainda mais turbulenta. Errático no passe (impedindo as variações do centro do jogo), lento na reacção à perda e previsível em ataque posicional, o campeão só conseguiu assustar em duas bolas paradas, ambas com finalização perigosa de Uribe. E seria precisamente através dos esquemas tácticos que minimizaria estragos, já no tempo de compensação: canto de Sérgio Oliveira, cabeceamento eficaz de Mbemba.

Um soco no estômago do Portimonense à saída para o intervalo, com as dores a prolongarem-se para o arranque do segundo tempo. Nessa altura (mais precisamente desde os 31’) já o FC Porto se dispunha em 4x4x2, depois da troca de Uribe por Taremi (que se juntou a Marega no eixo do ataque). E logo no segundo minuto pós-reatamento o corredor aéreo voltou a funcionar, novamente accionado por Sérgio Oliveira, mas, desta feita, com finalização de Taremi no centro da área (47’).

Os algarvios não baixaram os braços e foram explorando, sempre que possível, o ataque à profundidade, ora solicitando Aylton, ora Beto. Uma abordagem que ganhou maior volume depois da saída, por lesão, de Lucas Fernandes, um dos principais elos de ligação do futebol portimonense. Foi dessa forma que assustaram num lance em que Anzai escorregou na área e foi assim que ganharam um canto que levou Dener, aos 82’, a estar perto do empate após um golpe de cabeça.

Um susto para os “dragões”, que antes tinham desperdiçado uma ocasião soberana, quando Sérgio Oliveira surgiu sozinho frente ao guarda-redes e perdeu o duelo com Samuel. Aos 88’, porém, o cenário repetiu-se e o desfecho foi diferente, com o médio do FC Porto a dar uma dimensão ainda maior à exibição que rubricou. Foi um daqueles jogos em que a qualidade individual abriu espaço a um despertar colectivo. 

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