Líder da oposição na Costa do Marfim foi preso por sedição

Pascal Affi Nguessan, antigo primeiro-ministro, recebeu ordem de prisão depois de anunciar a criação de um Governo paralelo.

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Pascal Affi Nguessan foi primeiro-ministro LEGNAN KOULA/EPA

O antigo primeiro-ministro e líder da oposição na Costa do Marfim, Pascal Affi Nguessan foi detido na cidade de Akouppe, acusado de sedição depois de anunciar a criação de um governo paralelo. A oposição boicotou em bloco a eleição presidencial, de 31 de Outubro, em que Alassana Ouattara foi reeleito para um terceiro mandato com 94% dos votos.

A prisão de Nguessan, anunciada pela imprensa marfinense, não foi confirmada publicamente pelas autoridades, mas vários dirigentes da oposição enfrentam acusações de terrorismo e sedição, depois de não reconhecerem o poder de Ouattara e formarem um executivo fora da estrutura do Estado, o Conselho Nacional para a Transição

Ouattara recandidatou-se para um terceiro mandato alegando que a aprovação da Constituição, em 2016, aconteceu já depois de ele ter sido reeleito para a chefia do Estado, como tal, a regra do limite de dois mandatos só conta para ele a partir desta eleição. Uma interpretação que a oposição rejeita e vê apenas como manobra de alguém que se quer perpetuar no poder.

Pelo menos 40 pessoas morreram em confrontos entre apoiantes da oposição desde Agosto, fazendo reviver a violência de 2010-11, com Ouattara e o então Presidente Laurent Gbagbo como protagonistas, que redundou numa guerra civil que deixou um rasto de cerca de três mil mortos.

Segundo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a situação de alarme na Costa do Marfim levou cerca de 3200 refugiados a fugirem para os países vizinhos nos últimos dias, incluindo cerca de mil que chegaram à Libéria nas derradeiras 24 horas.

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