100etiqueta: plataforma dá uso e destino à roupa de bebé que já não serve e está guardada na gaveta

O objectivo da plataforma é dar um rumo às peças guardadas, oferecidas ou compradas que não chegaram a ser utilizadas.

Foto
Insung Yoon | Unsplash

À roupa de bebé que “vai à máquina e já não serve, que foi oferecida e ficou guardada na gaveta”, a 100etiqueta dá um propósito. Criada por três amigas de Gaia, o objectivo é criar e disponibilizar kits de roupa para diversas fases de crescimento de um bebé. Em determinados pontos de entrega, os pais deixam a roupa que já não serve aos filhos e só se estiver em boas condições. Depois, a equipa organiza as diferentes peças por idades e expõe os kits na loja online, que está ainda em processo de criação. O sistema funciona à base de uma subscrição feita pelos pais. 

Daniela Catalão, Diana Santos e Janete Silva estudaram juntas no ensino secundário, e depois de caminhos trocados, reencontraram-se. Em conversa de café descobriram que têm em comum a preocupação com a sustentabilidade e com o ambiente. Daniela foi mãe recentemente e, assim, um novo tema surgiu à mesa: a quantidade de roupa de bebé que se compra ou que se recebe que não chega a ser utilizada. Janete Silva conta ao PÚBLICO que as conversas em torno desta questão foram crescendo e que, ao juntarem-se à vontade de criar um projecto sustentável, deram origem a esta plataforma.

A 100etiqueta é um sistema de economia circular para que as pessoas possam “desperdiçar menos tempo, dinheiro, recursos e espaço e possam aproveitar a parentalidade em pleno”, defende a empresária. É um modelo de subscrição mensal de kits de roupa de bebés recém-nascidos e até aos 2 anos, assim como roupa de grávida, sendo que esta última oferta ainda está a ser estudada. Através da subscrição, as famílias recebem o conjunto de roupa na fase exacta em que o bebé se encontra e, depois de já não servir, pode ser devolvido para ser usada por outra família. 

Cada kit terá entre 20 e 25 peças. Embora sejam evolutivos e adaptados às diferentes etapas de crescimento, não deixam de ser fixos. Isto é, “a ideia é aliar a sustentabilidade à pratica do dia-a-dia sem descartar o gosto. Na página os pais vão poder ver uma fotografia do kit e, consoante a roupa que receberem, incluir conjuntos que fiquem bem num todo”. 

Neste momento, a plataforma encontra-se em fase de recolha e de angariação de bens para “ter stock suficiente para as vendas”, explica Janete Silva. Além disso, as três amigas prevêem lançar a loja online até ao final do ano. Por enquanto, estão a reunir e projectar formas de levar a cabo iniciativas de acção social, uma vez que a sustentabilidade não é o único mote deste projecto. No caso, pretendem estabelecer parcerias com entidades como autarquias para dar a oportunidade a famílias que não têm posses para subscrever a 100etiqueta. O objectivo passa por “ceder kits gratuitos a estas famílias”, acrescenta. 

A plataforma surge, então, “sem marca, porque o que importa é a roupa e não a marca; sem etiqueta, porque a roupa circula de família em família; e sem exuberância, porque o que importa é ajudar as famílias”, resume a criadora.

Texto editado por Bárbara Wong

Sugerir correcção