Baja Portalegre já arrancou: com testes à covid-19, mau tempo e sem público

Prova chegou a estar em risco mas avançou mesmo, com medidas de segurança apertadas. Pilotos lamentam ausência de espectadores.

Foto
DR

Mais de 3000 testes à covid-19 realizados e etapas sem a presença de público. Estas foram duas das principais medidas de segurança tomadas pela organização da Baja Portalegre 500, que arrancou nesta sexta-feira num formato diferente do habitual. “É triste, mas tem de ser assim”, lamentam alguns pilotos.

O prólogo da “mítica” prova de todo-o-terreno nacional teve já lugar sem o habitual apoio do público da “terra”, devido à pandemia de covid-19. Um cenário encarado com estranheza, mas ao mesmo tempo com sentido de responsabilidade pelos competidores.

"É verdadeiramente estranho. Aqui sentimos que nos empurram o carro. Seja como for, sei que as pessoas estão connosco”, comento à agência Lusa o piloto Nuno Matos, após o percurso de mais de 3,3 quilómetros, na Herdade das Coutadas. "É triste, mas tem de ser assim, pois o importante é que se faça a prova”, acrescentou Filipe Palmeiro, navegador do piloto João Ramos.

A Baja Portalegre 500 acolhe anualmente milhares de pessoas, sendo o dia do prólogo um “dia de festa”, com o público espalhado ao longo do percurso a aplaudir os concorrentes e a saborear vários petiscos. Além da ausência de espectadores, os pilotos também destacam como “adversário” o mau tempo que se faz sentir na região e que prejudica o traçado da prova.

No dia 27 de Outubro, o promotor da prova, o Automóvel Club de Portugal (ACP), apresentou um plano de contingência em que se previa que a prova decorresse sem público. E as primeiras indicações dão conta do cumprimento das determinações, com fonte do Comando Territorial de Portalegre da GNR a garantir à Lusa que não há registo de pessoas que se tenham deslocado até ao recinto.

Nesta sexta-feira, são cerca de 100 os militares presentes no terreno, mas no sábado, “dia grande” do evento, vão estar destacados ao logo de todo o percurso cerca de 300 agentes.

As medidas de segurança tomadas nesta edição da prova têm, de resto, um carácter excepcional, por força dos números da pandemia. "A prova está feita com muita segurança, fizemos cerca de 3.200 testes covid-19 a todas as equipas, todos os concorrentes, organização, comissários, tudo”, garantiu Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), em declarações à agência Lusa.

“Estou tão contente como se isto tivesse com os 40 mil habituais fãs desta prova. O público foi excepcional, não veio, correspondeu ao nosso pedido”, acrescentou o responsável, numa reacção extensível à presidente da Câmara de Portalegre, Adelaide Teixeira.

“As pessoas dão outro sentido às coisas, mas este ano tem de ser assim e, portanto, temos de dar o exemplo. Por um lado, é bom não haver pessoas, por outro lado é pena não termos, mas é indicativo que, de facto, as pessoas são responsáveis”, assinalou, acrescentando que “Portalegre tem sido exemplar nesta área [respeitar as regras das autoridades]”.

Sugerir correcção