Com menos doentes internados, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa diz esperar que situação melhore “significativamente”

Um drive-thru para testes à covid-19 à entrada do Hospital de Penafiel, um hospital de campanha e uma nova estrutura de apoio à urgência, associados à transferência de vários doentes para outras unidades hospitalares da região Norte, contribuíram para que a situação se tornasse menos caótica.

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A covid-19 transformou um hospital já assoberbado num local caótico Paulo Pimenta

Depois de vários relatos que davam conta do caos que se vivia no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), com particular incidência no Hospital de Penafiel, o conselho de administração daquela unidade veio agora dizer que o número de internados baixou e deverá continuar a diminuir nos próximos dias, o que, associado a um conjunto de medidas entretanto tomadas, o deixa na expectativa de ver a situação “melhorar significativamente” nos próximos dias.

Os responsáveis do CHTS, que congrega os hospitais de Penafiel e Amarante, explicam, em comunicado, que apesar de continuarem a ter “o maior número de internados por covid-19 do país”, o pico de 235 casos foi ultrapassado e o número de internamentos por causa desta doença era “inferior a 190”, com a previsão de continuar a registar-se uma diminuição nos próximos dias, “a menos que surja mais alguma situação inesperada de infecção concentrada de grandes dimensões na comunidade”. Para esta diminuição terá contribuído a transferência de vários doentes para outros hospitais da região Norte, ao longo das últimas semanas.

Ouvida esta quinta-feira, na comissão de discussão do Orçamento de Estado 2021 para a Saúde, a ministra Marta Temido admitiu, em resposta ao deputado do Chega, André Ventura, que o CHTS viveu “horas muito difíceis” e que foi um “esforço imenso e tremendo” que se pediu aos profissionais deste hospital. “Penso que neste momento a situação está mais controlada e já foi possível fazer um conjunto de transferências para entidades do SNS [Serviço Nacional de Saúde], e para outras, e a situação neste momento tende a aliviar. O que não quer dizer que outros hospitais não tenham uma pressão idêntica nos próximos dias. Estamos a trabalhar de perto com todos para poder evitar que se volte a sentir de forma tão critica”, disse.​

O CHTS dá conta de um conjunto de medidas que deverão ajudar a descongestionar um pouco o serviço, a braços também com uma escassez de recursos humanos, depois de vários profissionais de saúde terem testado positivo ou iniciado um processo de isolamento profiláctico por causa da covid-19. Uma conjugação de factores que levou mesmo a administração a pedir, já esta semana, ajuda urgente à Administração Regional de Saúde do Norte.

Entre as medidas descritas no comunicado, além da transferência de doentes para outros hospitais, está a instalação de um hospital de campanha, com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que permitiu “agilizar melhor os circuitos dentro da urgência numa fase crítica que chegou a atingir 800 atendimentos diários”. Acresce que já este fim-de-semana começa também a funcionar uma estrutura de apoio à urgência com cerca de 500 metros quadrados, que deverá permanecer no centro hospitalar para lá da pandemia, para “auxiliar permanentemente o já habitual grande movimento da segunda maior urgência do Norte do país”, refere-se no comunicado.

Esta quinta-feira, estava também a ser instalado, num terreno cedido pela Câmara de Penafiel, à entrada do hospital, uma zona drive-thru para a realização de testes à covid-19, o que permitirá que as pessoas que procuravam a urgência hospitalar com este fim, sejam direccionadas para aqui, reduzindo “de modo significativo o afluxo inapropriado” àquele serviço.

O CHTS esclarece ainda que, apesar de ter já contratado 150 profissionais especificamente para este período de maior intensidade de contágios, vai continuar a fazer novas contratações, para “assegurar o reforço das equipas” que têm estado muito desfalcadas.

com Ana Maia

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