México exige explicações à designer francesa Isabel Marant por se apropriar de padrão indígena

Há um ano, o país fez críticas semelhantes a criações de Carolina Herrera e Louis Vuitton.

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A designer francesa na apresentação da sua colecção Primavera/Verão 2019, em Paris REUTERS/Stephane Mahe

O Ministério da Cultura do México questionou esta quarta-feira a designer francesa Isabel Marant por causa da utilização de padrões que o país diz terem origem em comunidades indígenas mexicanas. 

Trata-se da mais recente queixa relacionada com marcas de luxo e a apropriação de estilos locais. No ano passado, o México expressou o mesmo desagrado perante criações das maisons Carolina Herrera e Louis Vuitton, considerando que foram usados padrões tradicionais nos seus designs sem ter em conta quem os criou.

De acordo com o ministério, a mais recente colecção de Marant, incluindo uma capa com riscas e padrões em estrela com tons cinzentos e castanhos, contêm elementos do povo Purepecha do estado mexicano de Michoacan.

“Eu peço-lhe, senhora Isabel Marant, que explique publicamente por que razão privatiza aquilo que é uma propriedade colectiva e como é que tal beneficia as comunidades que o criaram”, afirma Alejandra Frausto, ministra da Cultura numa carta endereçada à designer, segundo a Reuters.

“Alguns dos símbolos que utiliza têm um significado profundo para esta cultura”, continuou Frausto, apelando à protecção dos artesãos que têm sido historicamente “invisíveis”.

Isabel Marant e a marca não responderam os pedidos de comentário feitos pela Reuters. No seu site, a marca diz que está comprometida em manter um comportamento ético e responsável. Não é a primeira vez que a marca enfrenta acusações, em 2015, Marant usou padrões vindos do estado de Oaxaca, no sul do México.

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