O novo sultão

Se o sonho de Erdogan é o do Império, o modelo é o do sultão e a deriva neo-otomana não pode ser mais clara.

Erdogan diz que Macron está mentalmente perturbado. E prescreve-lhe tratamento mental. Isto, porque depois do assassinato do professor Samuel Paty, às mãos de um islamita radical, o Presidente francês anunciou uma estratégia contra o chamado separatismo islâmico. Ora, esta diplomacia do insulto do Presidente turco é o culminar de uma tensão crescente entre a Turquia e a França, que se encontram em campos opostos em conflitos vários: da Líbia ao Nagorno-Karabakh, do Mediterrâneo oriental às antigas colónias francesas do Norte de África. Mas a tensão não é só com a França, é com a União Europeia no seu conjunto. E as relações com os Estados Unidos e, portanto, com a NATO estão, também, mais degradadas que nunca. Porquê? Porque Erdogan está a conduzir a Turquia a uma deriva neo-otomana e precisa, para isso, de mobilizar o Islão contra o Ocidente.

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