Governo admite avaliação ambiental estratégica do aeroporto do Montijo

Pandemia reduziu a urgência de aumentar capacidade aeroportuária da região de Lisboa e “dá tempo” para ponderar a realização da avaliação ambiental estratégica, diz ministro das Infraestruturas.

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O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, admitiu esta quinta-feira, na Assembleia da República, que o Governo não fecha a porta à realização de uma avaliação ambiental estratégica do projecto de construção do aeroporto do Montijo.

Em resposta à deputada do PAN, Inês de Sousa Real, o ministro admitiu que há um antes e um depois da pandemia no que toca à pressão sobre a capacidade aeroportuária: “No pre-covid (agora estamos noutro mundo), tínhamos uma capacidade aeroportuária esgotada e o aeroporto Humberto Delgado estava já a recusar muitos voos, o que significava que estávamos a perder muitas receitas para vários sectores da economia nacional”.

“A urgência fazia com que nós não perdêssemos mais tempo na necessidade de expandir a capacidade aeroportuária da região de Lisboa”, disse Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido conjuntamente pelos deputados das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021.

Embora a pandemia não ponha fim à necessidade de aumentar a capacidade dos aeroportos portugueses, “dá-nos algum tempo para ponderarmos a possibilidade da avaliação ambiental estratégica”, adiantou o ministro à deputada do PAN, que o questionou sobre a disponibilidade do Governo para “acautelar esta preocupação” ambiental.

Inês Sousa Real quis ainda saber se o executivo está disponível para apoiar, na discussão na especialidade do OE2021, a proposta do PAN para criação de uma taxa de dois euros para cada viagem de avião e de cruzeiro, que reverta para o Fundo Ambiental, para apoiar a ferrovia, numa lógica de redução das emissões de carbono e da coesão territorial.

“Estamos disponíveis para conversar convosco sobre políticas de descarbonização”, respondeu o ministro das Infraestruturas.

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