CDS propõe “via verde” para recuperação na saúde através dos sectores privado e social

Francisco Rodrigues dos Santos diz ter a garantia de Marcelo Rebelo de Sousa de que haverá acordos com os privados na saúde.

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Francisco Rodrigues dos Santos defende que a requisição civil é "inaceitável" LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Com o conforto das afirmações do Presidente da República sobre a necessidade de um acordo global na área da saúde com o sector privado e social para melhorar a resposta do Serviço Nacional de Saúde, o CDS vai pôr em cima da mesa, no âmbito do Orçamento do Estado para 2021, uma proposta no sentido de que a recuperação dos atrasos de consultas, exames e cirurgias na saúde se faça através da contratualização com esses sectores.

O CDS defende a criação de uma “via verde” que permita aos doentes que vejam ultrapassados os tempos máximos de espera para consultas, exames e cirurgias recorrer aos sectores privados e social, tendo garantido os pagamentos por parte do Estado. O partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos defende ainda a criação de um “corredor de emergência” para a recuperação dos atrasos em consultas, exames e cirurgias.

Em conferência de imprensa, esta terça-feira, Francisco Rodrigues dos Santos assegurou que “foi dada a garantia do Presidente da República de que no próximo quadro de emergência não está prevista a requisição civil” dos serviços de saúde privados para dar resposta aos doentes com covid ou outras doenças. A requisição civil dos serviços de saúde privados e do sector social é uma das justificações dadas pelo primeiro-ministro para pedir a declaração do estado de emergência. 

O líder do CDS considera que essa solução, defendida também pelo BE, é “inaceitável” e insiste na contratualização. “O Governo tem de estabelecer acordos de cooperação com o sector social e privado, não adianta insistir numa solução ideológica”, afirmou, depois de criticar o executivo.

“O Governo falhou redondamente na gestão da pandemia pois não previu a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde”, disse, defendendo que “é urgente uma mudança imediata de estratégia para que nenhum doente fique trás”.

Questionado sobre o impacto financeiro das medidas, Francisco Rodrigues dos Santos adiantou que “o Governo já coloca a hipótese de contratualizar” e que “essas contas surgirão na contratualização, tudo dependerá da geometria de diálogo”. Mas concluiu: “Nenhum cêntimo será demais para salvar a vida dos portugueses”.

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