Pandemia e direitos

Esta incessante corrida para ver quem, entre os autarcas e os gestores públicos, mais fecha, proíbe, reduz (e alarma), é das mais lamentáveis revelações de como uma parte substancial da sociedade encara condicionalmente os direitos, as liberdades e as garantias democráticas.

Há três semanas que os mineiros de Soma, uma das minas de carvão na Turquia, estão em greve para reclamar 13 meses de salários em atraso e indemnizações por 1800 despedimentos ilegais. A polícia deteve vários deles por terem incumprido a proibição de manifestações imposta ao abrigo do estado de emergência sanitária imposto no país. “Usaram a pandemia para parar a nossa greve. E, contudo, andamos há meses a denunciar ao governo que não se adotaram as medidas sanitárias nos nossos postos de trabalho”, critica o presidente do sindicato, Basaran Aksu. A sua interpretação  é taxativa: “a pandemia é um problema apenas quando reivindicamos os nossos direitos” (Público.es, 1.11.2020).

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