Lucros do BPI caem para 85,5 mihões com provisões para impactos da pandemia

Banco tem 6127 milhões de euros abrangidos pelas moratórias, cerca de metade é relativo a crédito a empresas.

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João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O banco BPI constitui 100 milhões de euros em imparidades de crédito, “incluindo não alocadas, decorrentes da revisão do cenário macroeconómico no contexto covid-19”. Esta decisão teve impacto nos lucros consolidados (-66%) nos primeiros nove meses, para 85,5 milhões de euros, anunciou esta terça-feira a instituição.

A actividade em Portugal gerou lucros de 47,4 milhões de euros até Setembro, menos 69% face ao mesmo período do ano passado.

Entre os principais indicadores bancários, o BPI destaca uma subida expressiva de 9,9% dos depósitos, correspondendo a um aumento de 2271 milhões de euros desde Dezembro de 2019.

Já os activos sob gestão diminuíram 5,4%, para 9266 milhões de euros, “o que se explica em parte pela transferência de recursos para aplicações sem risco, como os depósitos, e a desvalorização da carteira de activos financeiros devido à volatilidade dos mercados de capitais”, refere o comunicado.

O banco presidido por João Pedro Oliveira e Costa destaca o aumento da carteira de crédito à habitação e a melhoria da qualidade dos activos, com o rácio de Non-performing Exposures (NPE) a descer para 1.9%.

A margem financeira, “apesar do ambiente de taxas de juro negativa”, registou uma subida homóloga de 1,4%, suportada pelo crescimento da carteira de crédito, mas as comissões líquidas diminuem 7,8% em termos homólogos para 177,5 milhões de euros, “reflexo ainda do abrandamento da actividade económica, e incluindo o impacto das medidas de apoio aos clientes implementadas pelo banco, e reflexo da evolução dos mercados de capitais com impacto nas comissões de fundos de investimentos e seguros de capitalização”, lê-se no comunicado, que também dá conta que “o produto bancário comercial em Portugal registou uma descida de 12,3 milhões de euros (-2,3% em termos homólogos) para 524,2 milhões de euros.   

Na informação divulgada, o banco avança que tem 108,6 mil contratos de crédito abrangidos pelas moratórias (suspensão de pagamento de prestações de capital e ou juros), envolvendo um valor de crédito total de 6127 milhões de euros. Cerca de metade, ou 3018 milhões de euros, são referentes a crédito às empresas, 2721 milhões de euros de crédito à habitação e 388 milhões de euros de crédito pessoal e financiamento automóvel.

Empréstimo ao Fundo de Resolução

Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, o presidente executivo do BPI disse que o empréstimo da banca ao Fundo de Resolução, para financiar o Novo Banco, está a ser finalizado e não deverá ser anulado.

“O assunto está, diria, do que é o meu conhecimento, nos ‘finalmentes'”, disse João Pedro Oliveira e Costa, acrescentando que o BPI fará parte da solução “com todo o prazer e disponibilidade”. Com Lusa

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