Alta-montanha não faz diferenças na Vuelta

Neste domingo, antes de mais um dia de descanso, haverá nova etapa dura, com subida à categoria especial do mítico Angliru, já depois de quatro montanhas: duas de terceira categoria e duas de primeira.

Foto
David Gaudu foi o vencedor do dia na Vuelta DR

Esperava-se um duelo corpo-a-corpo entre os principais favoritos ao triunfo na Volta a Espanha, mas a etapa deste sábado, a décima, acabou por se mostrar vazia de emoção e de diferenças entre os principais ciclistas.

Primoz Roglic (Jumbo), Richard Carapaz (Ineos) e Dan Martin (Israel Start-Up), os nomes do pódio actual, chegaram juntos à meta nos Lagos de Somiedo e mantêm posições e distâncias entre si.

Os grandes vencedores do dia acabaram por ser David Gaudu (FDJ) e Marc Soler (Movistar), ainda que por motivos diferentes. O francês venceu a etapa e estreou-se a vencer na Vuelta, superando um rival espanhol que não ficou, porém, “de mãos a abanar”: Soler ganhou cerca de um minuto na classificação e entrou no top-6. E não fosse o abrandamento de ritmo no final, a poupar-se para o sprint, e poderia ter ganho bastante mais (chegou a rodar três minutos à frente do pelotão).

Foto
A classificação geral da Vuelta DR

Tudo começou em protesto

A etapa deste sábado começou envolta em polémica. Vários ciclistas, encabeçados pela Ineos, protestaram contra a decisão de diferenciar os tempos dos corredores na meta da etapa 10.

Primoz Roglic (Jumbo) “roubou” a camisola vermelha a Richard Carapaz (Ineos), que foi um dos prejudicados por um “corte” de três segundos aplicado entre o oitavo e nono classificados da etapa – diferença que vários ciclistas consideram ter sido exagerada para a distância verificada na estrada. E Carapaz perdeu, dessa forma, a liderança da corrida, ficando separado de Roglic por centésimos de segundo.

Feito o protesto, os corredores arrancaram para um dia que seria uma autêntica “morte lenta” para o pelotão da Vuelta. A corrida passou por quatro montanhas de primeira categoria – a segunda mais alta da escala –, a última das quais, nos Lagos de Somiedo, a coincidir com chegada em alto. A luta pela camisola vermelha era, pensava-se, uma inevitabilidade.

A tirada trouxe, como habitualmente, um grupo de fugitivos, no qual se infiltrou o português Nélson Oliveira, mas também nomes conceituados como Marc Soler, Guillaume Martin e David Gaudu.

As primeiras três montanhas foram ultrapassadas com tranquilidade, sem ataques na fuga ou no pelotão, mas a aproximação aos Lagos de Somiedo (escalada com mais de 16 quilómetros, com 6,2% de inclinação média) começou a fazer o “filtro” nos grupos.

Soler e Gaudu deixaram os restantes fugitivos “sentados” e lutaram pelo triunfo que sorriria ao gaulês – grande arranque no final –, enquanto no grupo dos favoritos à vitória na Vuelta foi Dan Martin quem atacou nos últimos metros, mas ninguém perdeu tempo significativo, ao contrário do que o perfil da etapa poderia fazer prever.

Neste domingo, antes de mais um dia de descanso, haverá nova etapa dura. Haverá subida à categoria especial do mítico Angliru, já depois de quatro montanhas: duas de terceira categoria e duas de primeira.

Sugerir correcção