Cartas ao director

Vistos gold

Relativamente ao artigo “O que espera o Governo para enterrar os vistos gold”, de Susana Peralta, publicado no PÚBLICO de 23/10, penso que seria importante esclarecer os vossos leitores sobre o seguinte: 

- Não é verdade que um visto gold e a residência em Portugal por 5 anos garantam a obtenção da cidadania portuguesa. Para isso é necessário comprovar o conhecimento da língua, demonstrar que nunca se foi condenado por um crime que, em Portugal, tenha uma pena superior a seis anos, entregar um registo criminal de todos os países onde se viveu desde os 16 anos, entre outras obrigações;

- Como é óbvio, e estranho que uma professora de economia não saiba, o investimento de 5000 milhões de euros em imobiliário, no âmbito dos vistos gold, foi responsável pela criação de inúmeros postos de trabalho em Arquitectura, Engenharia, Construção, Materiais de Construção, Advocacia, Promoção e Mediação Imobiliária, etc., etc. para além da reabilitação dos centros históricos de Lisboa e do Porto;

- Os vistos gold e os residentes não habituais, juntamente com o “malfadado” turismo foram as principais alavancas para sairmos da crise de 2009, ou a professora acha que foram os cortes nos rendimentos e aumentos nos impostos a que a troika nos obrigou? 

- Ao contrario do que dá a entender os vistos gold foram responsáveis por captar para Portugal pessoas altamente talentosas de vários países onde, muitas vezes, eram perseguidas por motivos religiosos, políticos ou raciais. 

Rui Coelho, Lisboa

<_o3a_p>Abertura de consulado guineense no Sara Ocidental ocupado

A Guiné-Bissau abriu na semana passada um consulado em Dakhla, no Sara Ocidental ocupado por Marrocos. Esta decisão do governo guineense viola todas as leis internacionais pois as Nações Unidas não reconhecem a ocupação marroquina do Sara Ocidental. Com esta vergonhosa decisão a Guiné-Bissau apoia assim a invasão do Sara Ocidental, o último território por descolonizar em África.

A República Árabe Saraui Democrática é reconhecida por dezenas de países, incluindo Moçambique, Timor-Leste e África do Sul e tem assento na União Africana. A população saraui sofre todo o tipo de descriminações e violações dos Direitos Humanos. No Sara ocupado não há liberdade de expressão e todas as pessoas que se atrevam a pronunciar o nome “Sara Ocidental” são detidas e torturadas. Para a ditadura marroquina o Sara Ocidental não existe. O que existe são as Províncias do Sul. No território está presente a MINURSO, Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sara Ocidental, cuja acção Marrocos e o seu fiel aliado, a França, bloqueia permanentemente.<_o3a_p>

<_o3a_p> Augusto Lança, Beja

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