Covid-19: “Estamos com uma incidência mais baixa do que outros países e temos aqui uma oportunidade”

Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Ricardo Jorge, admite a “situação extrema” de um novo confinamento, mas frisa, que, até lá, há várias medidas menos drásticas que têm sido usadas noutros países, como o recolher obrigatório.

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A contenção da transmissão por interrupção das cadeias de transmissão “começa a ficar comprometida quando o número de casos é elevado”, diz Baltazar Nunes, responsável pela Unidade de Investigação Epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que desde Março faz projecções para ajudar os decisores a definir medidas que permitam conter o crescimento da epidemia de covid-19. A tarefa não é fácil. “Para que uma informação seja útil, tem de ser analisada com dados imperfeitos.” Na primeira onda da epidemia de covid-19 em Portugal, houve um momento em que os novos casos chegaram a duplicar de quatro em quatro dias e o tempo de duplicação era na quinta-feira de 13 em 13 dias, contabiliza, avisando, porém, que pode diminuir de um momento para o outro. O epidemiologista frisa que é necessário que entre 43% a 60% da população tenha contactado com o vírus para que a situação fique controlada, antes de termos uma vacina, e que a colaboração da população é fundamental. “As medidas podem fazer muito sentido do ponto de vista teórico, mas, se tivermos apenas 20% ou 30% das pessoas a adoptar esses comportamentos, não serão efectivas.”

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