Cartas ao director

O avião para Madrid

Segundo as notícias, a senhora ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou que para Madrid vai-se de avião, recusando para já a “quase imposição” por Espanha de uma linha de alta velocidade Lisboa-Madrid. Não seria preciso invocar a menina Greta para ver que a política de descarbonização inviabiliza as ligações aéreas de menos de 800km. E que a nova linha Lisboa-Madrid não é uma imposição de Espanha, é uma imposição legal da lei comunitária Reg.1315/2013(CE), aliás como a nova linha Lisboa-Porto (incluindo Sines e Leixões) e a nova linha Aveiro-Salamanca (não confundir com a linha da Beira Alta).

Seria desejável que a ministra, cujo desempenho tem sido em geral positivo, apesar de dizer que não compreende alguns processos de decisão, corrigisse as suas declarações.

Fernando Santos e Silva, Lisboa

Demolição do Prédio Coutinho

Desde de 2000, época em que o governo de então atirou o país para a bancarrota hipotecando a soberania nacional, que o prédio sito na cidade de Viana do Castelo, construído há 50 anos e conhecido pelo Prédio Coutinho por se chamar Fernando Coutinho o emigrante então no Zaire, (actual República Democrática do Congo) que adquiriu os terrenos para a construção do referido prédio e do Edifício Jardim​, tem vindo a ser objecto de tentativas de demolição pela VianaPolis.

Estamos em presença de um processo que, segundo o ministro do Ambiente, já consumiu 16 milhões de euros suportados pelos contribuintes, aos quais se somarão pelo menos mais 1,2 milhões para a sua demolição para no final assistirmos à destruição de um imóvel de 105 fracções onde já viveram 300 pessoas, tudo porque certo dia um ministro do Ambiente considerou o prédio como um cancro e um aborto arquitectónico. Imaginemos que Sócrates tinha embirrado com o Santuário de Santa Luzia por estar no cimo do monte e decretava a sua demolição. Disparate? Mas o que é se não disparate a teimosia de provocarem a desconstrução do Prédio Coutinho com o único argumento de que se trata de questões de estética que, como se sabe, são sempre discutíveis por dependerem dos gostos de cada um?

A situação é de tal modo dramática que os mais altos responsáveis políticos, designadamente o Presidente da República e o primeiro-ministro, devem rapidamente proceder ao encerramento da VianaPolis com transferência imediata do património para o Estado, declarando de forma clara e definitiva a não demolição do prédio e, consequentemente, pondo ponto final ao sorvedouro dos dinheiros públicos relacionados com o que mais parece ser vaidades de alguns sem se importarem com os sacrifícios que causam a milhares e milhares de portugueses que com os seus impostos alimentam o seu danoso egocentrismo.

A. Álvaro de Sousa, Valongo

Sugerir correcção