Desemprego recua para 7,7% em Setembro e emprego recupera

Em Agosto a taxa de desemprego subiu para os 8,1%, mas os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística apontam para uma redução da taxa em Setembro. Emprego continua a recuperar.

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Acompanhando a tendência do inquérito do INE, também o número de desempregados registados nos centros de emprego tem vindo a subir Rui Gaudêncio

Depois de nos meses de Verão ter registado um agravamento, a taxa de desemprego deverá recuar em Setembro para um nível abaixo dos 8% e o emprego continua a dar sinais, embora ainda tímidos, de estar a recuperar.

De acordo com os dados publicados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego em Setembro deverá recuar para 7,7% (dados provisórios), depois de em Agosto ter subido para 8,1% (confirmando-se os dados provisórios avançados há um mês).

Numa fase inicial, por questões de ordem metodológica, o impacto da pandemia no mercado de trabalho não era visível e a taxa de desemprego até desceu por causa das medidas de confinamento. Porém, a partir de Junho, e com o desconfinamento iniciado em Maio, os indicadores foram-se aproximando da realidade e a taxa de desemprego subiu de 7,3% para 7,9% em Julho e para 8,1% em Agosto.

Em Setembro, o INE estima uma melhoria da situação, com a taxa de desemprego a recuar para 7,7% e a população empregada a aumentar 0,8%, confirmando-se a tendência que já era visível no mês de Agosto.

“As estimativas provisórias de Setembro revelam um aumento mensal da população empregada (mais 38,3 mil pessoas) e uma diminuição da população desempregada (menos 15,4 mil pessoas), que poderão sugerir que a diminuição do número de inactivos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (menos 5,5 mil pessoas) se reflectiu no aumento da população empregada”, lê no destaque agora publicado.

O INE lembra que a declaração do estado de emergência em 19 de Março influenciou as estatísticas por causa de medidas como o layoff simplificado (que permitiram aos trabalhadores que deixaram de trabalhar manter o seu emprego), e por causa do confinamento, dado que muitas pessoas desempregadas não puderam procurar activamente um novo emprego, uma condição essencial para serem classificadas estatisticamente como desempregadas (sem isso são classificadas antes como inactivas).

Com o gradual processo de desconfinamento, o cumprimento dos critérios de procura activa de emprego e de disponibilidade para começar a trabalhar, essenciais para a transição entre a população inactiva e a população desempregada, foi sendo possível, aproximando as estatísticas daquilo que estará a acontecer na realidade.

“De facto, é visível nos resultados definitivos de Agosto, quando comparados com os valores de três meses antes (Maio) e do mês anterior (Julho), o aumento da população empregada e da população desempregada, bem como a diminuição da população inactiva. Esta última resultou, principalmente, da diminuição do número de inactivos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego, grande parte dos quais passaram a procurar emprego e foram por isso classificados na população desempregada”, nota o INE.

Emprego recupera

Acompanhando a descida da taxa de desemprego em Setembro, os números do INE apontam também para uma recuperação do emprego, consolidando-se uma tendência que já tinha sido visível em Julho e em Agosto.

Os dados provisórios apontam para a existência de 4,755 milhões de pessoas empregadas em Setembro, um aumento de 0,8% (o que correspondente a 38,3 mil pessoas) face ao mês anterior e um acréscimo de 1,9% relativamente aos três meses anteriores. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o emprego caiu 2,3% (menos 114,3 mil pessoas empregadas).

Em Agosto, o INE já apontava para uma subida de 0,5% do emprego em relação ao mês de Julho e de 1,3% em comparação com Maio.

No Orçamento do Estado para 2021, o Governo actualizou as estimativas para a evolução do mercado de trabalho e conta chegar ao final de 2020 com uma taxa de desemprego de 8,7% e um recuo no emprego na ordem de 3,8%. No próximo ano, antecipa uma melhoria da situação com o desemprego a recuar para 8,2% e o emprego a crescer 1%.

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